terça-feira, 13 de agosto de 2013

Cine Bueller - "Feitiço Havaiano"


Feitiço Havaiano (Blue Hawaii – 1961)
Após prestar o serviço militar, um jovem (Elvis Presley) volta para a casa dos pais em Honolulu, no Havaí, e começa, contra a vontade deles, a trabalhar em uma agência de turismo. 


Na década de cinquenta, o cantor participou de quatro filmes que provaram para a indústria o alcance de seu carisma, além do potencial milionário de conseguir sustentar sozinho uma produção. O público pagaria para assistir Elvis em qualquer filme, não importasse o tema. Após seu retorno do exército, teve seu talento como ator limitado por algumas escolhas equivocadas de seu empresário, que gradualmente fizeram com que sua paixão pela atuação e suas ambições no ramo cinematográfico fossem substituídas pelo intenso desejo de retornar aos palcos. Mas em 1961 ainda existia aquele fascínio no olhar do jovem, que acreditava poder se tornar um novo James Dean (seu grande ídolo no cinema). A trilha sonora contava com o resgate de ótimas canções temáticas (“Blue Hawaii” havia sido cantada por Bing Crosby em um de seus filmes da década de trinta, “Hawaiian Wedding Song” é uma adaptação de “Ke Kali Nei Au”, composta em 1926 para a opereta “Prince of Hawaii”), novidades empolgantes, como “Rock-A-Hula Baby” e “Slicin´ Sand”, uma versão para o clássico espanhol “La Paloma” (que se tornou “No More”) e “Can´t Help Falling in Love”, balada que se tornaria emblemática na carreira do cantor, que sempre finalizava seus shows com ela.

Joan Blackman, a bela morena de olhos verdes (que repetiria sua parceria com Presley em “Talhado para Campeão”), cuja personagem sofre com o assédio feminino sobre seu namorado, um rapaz recém-saído do exército e que deseja usufruir das belezas naturais do Havaí, mantendo-se o mais afastado possível das pouco estimulantes responsabilidades profissionais incentivadas pela sua neurótica mãe (Angela Lansbury em atuação caricata e impagável). Tornar-se um funcionário na “Companhia Sulista de Frutas Havaianas” da família é viver das glórias de outros, acomodar-se na sombra projetada pelos vários anos de trabalho de seu pai. Chad Gates quer vencer por si próprio, fazendo o que gosta. Qual adolescente não se identificaria com este dilema? O roteiro é simples e objetivo, com espaço o bastante para a inclusão de várias canções, que funcionam muito bem em seus contextos (algo que se tornaria cada vez mais difícil de alcançar nos filmes que o cantor fez pós-1965). A direção do experiente Norman Taurog (que faria com o cantor nove filmes, de uma carreira iniciada na década de vinte) soube utilizar bem o carisma do protagonista, colocando-o em situações onde pôde demonstrar seu senso de humor, sem nunca desafiá-lo (algo que Michael Curtiz fez no excelente “Balada Sangrenta”).

Assistir os filmes de Elvis Presley na “Sessão da Tarde”, imitando-o na frente do pequeno televisor, são lembranças inesquecíveis em minha pré-adolescência. 
Comentários
1 Comentários

Um comentário:

  1. Somos dois, amigo. Somos dois. SAUDADE NÃO TEM BRAÇOS, MAS DÁ UM APERTO!!!!!

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