The
Street Fighter (Gekitotsu! Satsujin Ken - 1974)
O anti-herói Tsurugi (Sonny
Chiba) é um "lutador de rua", que oferece seus serviços a quem
estiver disposto a pagá-lo. Ele cobra caro, pois seus chutes e golpes são tão
rápidos quanto destruidores. Seu único interesse é o pagamento e, portanto, ele
não hesita quando a máfia japonesa Yakuza o contrata para raptar uma rica
herdeira. Porém, quando o cliente decide não pagar pelos seus serviços,
descobrem que o vacilo custará muito mais do que apenas dinheiro.
Sonny Chiba já deixa claro na
primeira sequência o aspecto que o diferenciava de outros astros de Artes
Marciais, quando visita um preso (Masashi Ishibashi, na vida real, um mestre do
Karatê) na cadeia, disfarçado de monge budista. Contratado para libertar o
prisioneiro, ele aplica um golpe que paralisa os batimentos do coração, fazendo
com que os policiais acreditem que o homem está morto. Seu método não é apenas
cruel, mas também inconsequente. Caso o prisioneiro morresse, provavelmente ele
ainda iria querer que o pagamento pelo seu trabalho fosse realizado. Pouco
depois, quando descobre que está sendo enrolado, não pensa duas vezes antes de
vender para a prostituição a irmã do homem que estava adiando seu pagamento.
Anti-herói é pouco, Tsurugi é "anti-humano". E mesmo assim, devido ao
carisma do ator, torcemos por sua vitória ao final. A forma como ele utiliza o
"Kyokushin" (estilo que enfatiza o condicionamento físico/mental, visando
o nocaute com um único e poderoso golpe), acumulando energia antes de cada
"explosão" de seu "Chi" (força de energia), faz com
antecipemos com ansiedade cada vibração em seu rosto, tornando até seu sorriso
algo ameaçador.
O filme é um produto de sua
época, inspirado pelas obras de extrema violência que abordavam a Yakuza (especialmente
os dirigidos por Kinji Fukasaku), muito distante do conceito filosófico e épico
que era trabalhado nos filmes de Bruce Lee, ou do "bom-mocismo"
característico dos personagens de Jackie Chan. Por essa razão, foi o primeiro a
receber uma classificação etária "X" (sem ser pornográfico) no
mercado americano, que naquele momento consumia generosamente as obras do
gênero.
Operação
Invasão (Serbuan Maut - 2011)
No coração das favelas de
Jacarta está um esconderijo impenetrável que abriga os mais perigosos
assassinos e gângsteres do mundo. Até agora, o bloco de apartamentos todo
destruído tem sido considerado intocável. Escondido sob o manto da escuridão e
do silêncio do crepúsculo, um time de elite da Swat é incumbido de invadir o
esconderijo para pegar o famoso rei das drogas que comanda o lugar.
Dos novos astros no gênero,
admiro o trabalho de Tony Jaa, Donnie Yen e, o protagonista do filme em
questão, o indonésio Iko Uwais. Ele introduz ao grande público o estilo
"Silat" (praticado no sudeste da Ásia, busca a harmonização dos
movimentos pelos chakras, potencializando a eficiência dos golpes), garantindo
um espetáculo visual sem precedentes. O roteiro é simples (remete ao conceito
original de "Game of Death", escrito por Bruce Lee), o que facilita a
inserção do maior número possível de exibições da técnica em lutas demoradas. A
princípio, parece que se trata de mais um filme de ação no estilo americano,
mas quando as metralhadoras são substituídas pelos punhos, percebemos que
estamos diante de um novo clássico.
As coreografias são filmadas (em grande parte) como a câmera filmava Fred Astaire, possibilitando facilmente a percepção das técnicas utilizadas em cada movimento. Não é como na maioria dos genéricos americanos, em que a câmera frenética disfarça a pouca habilidade dos astros. A batalha final contra Mad Dog (vivido por Yayan Ruhian, especialista em controlar sua respiração para absorver melhor os impactos) é longa e nos deixa literalmente sem fôlego.
As coreografias são filmadas (em grande parte) como a câmera filmava Fred Astaire, possibilitando facilmente a percepção das técnicas utilizadas em cada movimento. Não é como na maioria dos genéricos americanos, em que a câmera frenética disfarça a pouca habilidade dos astros. A batalha final contra Mad Dog (vivido por Yayan Ruhian, especialista em controlar sua respiração para absorver melhor os impactos) é longa e nos deixa literalmente sem fôlego.

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