Meu Primeiro Amor (My Girl – 1991)
Este era daqueles que os rapazes da escola diziam não
assistir, afirmando ser um “filme de garotas”. Parecia até que o SBT sabia
disto, pois sempre que a “Sessão da Tarde” global exibia “Meu Primeiro Amor”,
era certo que no “Cinema em Casa” estaria sendo reprisada alguma daquelas
pornochanchadas americanas, como “Loverboy – Garoto de Programa” ou “Primavera
na Pele” (falarei deles em breve).
O caso é que o filme não é somente incrivelmente superior àquelas divertidas picardias estudantis, como também
resistiu ao implacável teste do tempo. Revi recentemente e me emocionei com a
ternura da história contada pelo diretor Howard Zieff, que fala sobre a jovem
Vada (Anna Chlumsky), ignorada por seu pai (vivido por Dan Aykroyd), um viúvo
que trabalha em sua casa, preparando corpos para funerais. Vivendo em um
ambiente fúnebre e acreditando ser responsável pela morte da mãe, a pequena
Vada isola seus sentimentos em algum recôndito sombrio, deixando transparecer
arroubos de rebeldia em breves momentos. Por não se doar, também não permite
que outros a amem, como acontece quando conhece a nova funcionária de seu pai:
Shelly (Jamie Lee Curtis). Porém tudo muda quando Vada descobre que está
apaixonada pelo frágil Thomas (Macauley Culkin), que por ser muito alérgico,
sempre foi muito superprotegido por seus pais, levando-o a ser um jovem
solitário. Juntos, Vada e Thomas irão trilhar o caminho da maturidade
emocional, cheio de obstáculos e decepções.
Não há como negar que se trata de um “tearjerker” (algo como
“causador de lágrimas”) em essência, mas não se enganem achando ser simplista.
O roteiro de Laurice Elehwany consegue nos fazer simpatizar com os personagens
e torcer pela superação da jovem. As lágrimas brotam naturalmente, advindas da
constatação da pureza dos sentimentos retratados e da nostalgia, afinal todos
já passamos por algumas das situações mostradas no filme, em algum momento
perdido nas nossas memórias de infância.
Nenhum comentário:
Postar um comentário