A Máquina do Crescimento (14 Going on 30 – 1988)
Este filme foi lançado no mesmo ano que seu irmão mais
famoso: “Quero ser Grande” (Big) com Tom Hanks. A temática era similar, porém a
abordagem de “A Máquina do Crescimento” era muito menos pretensiosa, com um
humor mais ingênuo.
Fala sobre algo que quase todos os jovens podem se
relacionar. Qual rapaz nunca se apaixonou por uma professora? Eu passei por
isto ao menos duas vezes. E me lembro com exatidão dos dias em que este filme
passava no “Cinema em Casa” do SBT (ou na “Sessão das Dez” de Domingo) e eu
chegava à escola no dia seguinte muito motivado. Vejam como o psicológico nos
ilude, pois eu fixava meu olhar nos da professora e sentia perfeitamente em seu
sorriso como se ela dissesse: “Eu vi o filme ontem e sei que você gosta de mim,
porque não cria coragem e se declara?” Bom, nunca me declarei, mas aquela
imaginária “tensão sexual” (obviamente somente de minha parte) me mantinha
interessado em tirar boas notas na matéria dela. Hoje, com quase trinta anos e
assistindo este filme, consigo me sentir novamente (por alguns momentos) como
quando eu tinha quatorze e esperava ansioso o toque da campainha que sinalizava
a hora do recreio, só para poder passar ao lado daquela professora e receber um
sorriso, que ela oferecia para todos os alunos, mas que eu sentia que era
somente para mim.
Danny (Steven Eckholdt), um garoto comum de quatorze anos,
se apaixona por sua professora (vivida pela bela Daphne Ashbrook). Seu amigo nerd Lloyd
(Adam Carl) inventa uma máquina capaz de fazer sementes se transformarem em árvores
em poucos segundos. Não demora muito para que o jovem apaixonado decida se
tornar a cobaia de um experimento. Já com a aparência de um trintão, consegue
se passar pelo novo diretor de seu colégio: Harold “Feliz” Forndexter,
promovendo uma radical transformação nos hábitos escolares, provocando a ira do
instrutor de educação física que está para se casar com a bela professora.
Em seu primeiro encontro com sua musa, Danny aluga
praticamente todos os filmes clássicos românticos e os assiste tomando notas,
para saber exatamente como se portar na frente dela. Falas absurdas se
descontextualizadas, mas que para uma mentalidade de um rapaz de quatorze anos
soam muito atrativas, como: “O jeito como a luz da vela ilumina seus olhos, me
lembra Paris depois da guerra, brilhando como milhares de luzes”. Ao vê-la, ele
entrega embalado como presente uma alcachofra e complementa: “Eu queria dar
algo de coração e foi a única coisa que encontrei na geladeira”. Já no refinado
restaurante, fica feliz ao perceber que as velas estão posicionadas na mesa
(como ele entregaria sua fala decorada sem elas?) e recita seu monólogo
(auxiliado pela fantástica dublagem da Herbert Richers): “O jeito como a luz da
vela ilumina seus olhos (uma olhadinha rápida na cola que havia levado), me
lembra papagaios depois da guerra, gargarejando com milhares de limões”. Para
terminar bem a noite, após uma rápida olhada no cardápio e descobrir em
primeira mão que moluscos não saem de época (“Escargot? Não sabia que estava na
época”), Danny pede ao garçom hambúrguer e batatas fritas.
Infelizmente o filme não saiu em DVD por aqui e nunca mais
passou na televisão, mas é possível ser visto no Youtube (abençoado seja!) em
sua versão completa e com a dublagem clássica. Manolo Rey dá um show como o
Danny (jovem e adulto), assim como Miriam Ficher, que faz a desejada professora
e o fantástico e saudoso André Filho, que faz o treinador de educação física
“Quebra Queixo”, principal “pedra no sapato” de Danny.
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