terça-feira, 14 de janeiro de 2014

A Versão Brasileira


A dublagem brasileira é de forma justa reconhecida como a melhor do mundo, pois se fundamenta em uma laboriosa adaptação, uma “versão brasileira”, diferente da que é realizada pelo mundo afora, onde por vezes o profissional sequer se preocupa com a entonação ou em “seguir os lábios” do artista. Aqueles que acompanham esta área, devem se lembrar do movimento #DublagemNÃO (assim como outras demonstrações de deselegância em menor escala) e da polêmica que causou nas redes sociais. Sempre defendi essa Arte e estes valorosos profissionais, assim como a necessidade de uma coexistência harmônica entre as opções (dublagem e legendas) nas salas de cinema. Eu não seria irresponsável a ponto de induzir meu público ao crasso erro do simplismo, apelando para argumentos pobres como: “quem assiste dublado, não gosta de ler” ou “quem assiste dublado é preguiçoso”. Reduzir o complexo ser humano a estereótipos tão banais, desrespeitando o direito de escolha de todos, seria um atestado público de ignorância, pedantismo e ignóbil arrogância.

Com muita honra, aceitei o convite que me foi feito pela organizadora (a dubladora Maíra Góes), de escrever o texto que abriu o evento "Primeiro Prêmio da Dublagem Carioca", tendo sido lido pelo sensacional Jorgeh Ramos (o grande público o conhece como “a voz dos trailers” e como a voz de Scar em “O Rei Leão”). Nunca imaginei que um dia um texto meu seria lido por esse profissional, que por tantas vezes me apresentou este mundo mágico em minha infância. Como homenagem a este ótimo momento que a dublagem está passando, mas acima disso, como minha homenagem pessoal a esta Arte, resgato aqui dois textos que escrevi (muito antes de sequer imaginar que viria a fazer o curso de dublagem de Flavio Back, conhecer esses profissionais e ter a honra de ser querido por eles) sobre essa função que merece reconhecimento e respeito.

A Arte da Dublagem
Os americanos não possuem o hábito de assistir filmes com legenda ou dublados e para ser bem sincero, grande maioria do povo americano desconhece a existência de qualquer filme que seja feito fora de seu país. Já os brasileiros cresceram escutando seus heróis de Hollywood falando em nossa língua, graças ao trabalho exemplar de nossa equipe de dubladores. Temos os melhores profissionais nesta área e somos reconhecidos como os melhores do mundo. Mesmo assim, existe por parte de muitos cinéfilos um total desrespeito aos que ganham a vida dando voz a nossos sonhos. Os argumentos que mais escuto são os óbvios: “filme dublado é para criança” e “prefiro ouvir o artista original”. Mas será que desconhecem a arte de quem dubla? Por mais que alguns estúdios joguem contra seus próprios critérios, convidando artistas de TV para exercer um trabalho para o qual não possuem nenhum preparo, existem profissionais que engrandecem a obra em que atuam. Não digo que o cinéfilo deve apenas escutar a versão dublada, porém respeitem o profissional e sua nobre função. Em muitos casos, o dublador realiza um trabalho tão bom quanto (ou até melhor) que o ator original. Profissionais como Márcio Seixas, que a meu ver consegue abrilhantar o trabalho de Leslie Nielsen na série: “Corra que a Polícia Vem Aí!”. André Filho fazendo a voz de “Superman” consegue emular com perfeição Christopher Reeve, até lhe conferindo um ar mais seguro. Como “Rambo”, acredito que ele atue melhor (inserindo maior modulação vocal) que o próprio Stallone. Basta ouvir o discurso final do personagem em “Rambo 2 – A Missão” e comparar com a versão dublada por André Filho. Ricardo Schnetzer como Richard Gere e Tom Cruise realiza um trabalho estupendo. Ainda conseguindo a proeza de dublar Jim Carrey. O que falar de Orlando Drummond (respeitado no mundo inteiro), Guilherme Briggs, Vera Miranda, Mônica Rossi, Christiano Torreão, Manolo ReyMabel Cezar, Maíra Góes, Alessandra Araújo, Nizo Neto (eterno Ferris Bueller, tão influente que os fãs conseguiram fazer a distribuidora relançar o DVD do filme com a dublagem) e Mário Jorge, que consegue transformar Eddie Murphy em um gênio da comédia. O que ele faz com Murphy (especificamente em “O Rapto do Menino Dourado”) e com o Steve Guttenberg (Mahoney) em “Loucademia de Polícia” é merecedor de um prêmio. Sendo bem sincero, prefiro assistir Murphy dublado. Como desvalorizar o trabalho de Marcelo Gastaldi, que eternizou as vozes de “Chaves” e “Chapolin” (criações do genial Roberto Gómez Bolaños) de tal maneira que se torna impossível aceitar sua ausência. O mesmo se pode dizer de Carlos Seidl, como o inesquecível “Sr. Madruga“. Nelson Machado é extremamente respeitado pelos fãs como a voz do personagem “Kiko”. Seu trabalho vocal supera por vezes o do ator original: Carlos Villagrán. Como desvalorizar o trabalho árduo destes profissionais que citei no texto e de tantos outros tão bons quanto? Dublar no Brasil (onde se realiza uma “versão brasileira”) não é somente inserir uma voz.

Assistir um filme dublado e prestigiar o esforço valoroso destes profissionais não impede que continuemos dando o valor merecido aos atores originais. Trata-se de um preconceito completamente tolo. Digo que existem certos filmes e séries que eu adoro assistir dublados, como por exemplo: “Os Caça-Fantasmas”, os já citados filmes antigos de Eddie Murphy, “Loucademia de Polícia” e “Curtindo a Vida Adoidado”. Não por pura nostalgia, mas por constatar que os dubladores nestes casos conseguiram atingir um grau de excelência que, em determinados aspectos, supera os esforços dos atores originais. Parabéns a esses profissionais, por terem feito possível a muitos cinéfilos terem seus primeiros contatos com a nossa amada Sétima Arte, com tamanha qualidade e dedicação.

A Importância da Dublagem
Lendo novamente polêmicas acerca da dublagem, vejo-me na obrigação de tocar novamente neste assunto, esperando que estejamos rumando para uma época em que o respeito seja a palavra de ordem. Já escrevi textos sobre este assunto, mas acho interessante (mais que isso, essencial) reiterar e propor uma nova compreensão a respeito da dublagem e seus profissionais. Pessoas públicas ou que falam para um público, deveriam ter a consciência de que são formadores de opinião. Ferramentas modernas como o Twitter proporcionam (àqueles que possuem tempo disponível para tal) um campo fértil para declarações polêmicas, pois em poucos caracteres, o simplismo normalmente é a via mais utilizada. Radicalismos como #OdeioDublagem ou #DublagemNAO chamam muita atenção, causando discussões infrutíferas (normalmente entre adolescentes ou adultos imaturos), pois nascem de um argumento frágil e tolo.

Eu fiz um curso de dublagem, motivado pelo desejo de entender como funciona este trabalho. Saí respeitando ainda mais esses profissionais. Hoje, entendendo melhor os meandros desta profissão, consigo enxergar os maus profissionais, os estúdios picaretas que realizam um trabalho porco (e mais barato) e as péssimas iniciativas, como (por exemplo) convidar artistas de televisão, sem experiência alguma na área, para encabeçar personagens (os chamados “bonecos”) importantes. Graças a esses erros, forma-se em grande parte da população este preconceito, alimentado vez ou outra por formadores de opinião irresponsáveis, que parecem se nutrir de pequenas polêmicas.

Os idosos, aqueles que não conseguem acompanhar as legendas ou que simplesmente tem preguiça de acompanhá-las, as crianças e aqueles que admiram a dublagem (mesmo fluentes em línguas estrangeiras) nunca são levados em consideração pelos causadores dessas polêmicas. Esquecem que eles próprios (provavelmente) iniciaram seu amor pelo cinema com o auxílio destes profissionais. Parecem não aceitar que para aqueles que não dominam uma língua estrangeira, o conteúdo das legendas (por mais bem trabalhadas que sejam) falham em sintetizar com perfeição o que os atores dizem em cena, escravos dos poucos caracteres. E ignoram os erros de traduções nas legendas, que são muito mais comuns e podem distorcer completamente o sentido de uma cena. Esquecem também das boas dublagens que conseguem melhorar o original. Você consegue imaginar “ALF” sem a dublagem do genial Orlando Drummond? E o John Travolta de Mário Jorge? O Richard Gere de Ricardo Schnetzer? O Stallone do saudoso André Filho? O eterno “Chaves” do também saudoso (e insubstituível) Marcelo Gastaldi? O Bruce Willis do saudoso Newton da Matta? O “Homer Simpson” de Waldyr Sant’anna? O “MacGyver” de Garcia Jr.? O “Baby” (Família Dinossauro) de Marisa Leal?

Válido é criticar (duramente) os maus profissionais da dublagem, as distribuidoras que se vendem aos estúdios mais baratos e as dublagens ruins criadas pela junção destes fatores. Mas desrespeitar esta função nobre e o legado de profissionais pioneiros como Herbert Richers e Carlos de La Riva é prova de ignorância e acima de tudo, injusta deselegância com profissionais que já sofrem diariamente ataques tolos, desferidos (em grande parte) por “molecotes” (independente da idade) que a mídia irresponsavelmente incensa, formadores de opiniões mal embasadas. Respeito. Você pode não gostar de comer pizza, mas respeite aqueles que gostam. Você pode não gostar de assistir filmes dublados, mas respeite aqueles que gostam e, mais ainda, os profissionais que dedicam suas vidas a este trabalho. Eu sou fluente em inglês (não leio legendas em filmes dessa língua), mas adoro assistir também os filmes dublados, quando são bem dublados, por equipes de alta qualidade. Uma coisa não desmerece a outra, então qual a razão de tanto radicalismo? Você pode assistir Tom Cruise no original e depois aplaudir o trabalho fantástico de Ricardo Schnetzer, inclusive descobrindo admirado que por muitas vezes, a dublagem fica tão boa ou melhor que o original. Eddie Murphy (por exemplo) eu prefiro assistir na voz de Mário Jorge. Finalizando gostaria de deixar claro que minha intenção não é “aplaudir” a dublagem como um todo, cegando-me perante os erros cometidos. Respeitemos esta arte e estes profissionais. Como formador de opinião, eu não posso irresponsavelmente (e infantilmente) “jogar lenha” em uma “fogueira” que já se alastra por vários anos, mas sim informar ao meu público sobre a função e a importância da dublagem.

***
O segundo texto apresentado aqui foi escrito em um momento turbulento, em que havia ataques frequentes à dublagem nas redes sociais. A maioria dos argumentos eram “ditatoriais”, exigindo a extinção desta ferramenta, porém muitos reclamavam apenas de um crescimento expressivo da dublagem nas salas de cinema (deixando o público sem a opção das legendas, o que considero obviamente um erro), chegando a criarem um movimento mais sensato: #Dublagem(sem opção)NÃO. O que está ocorrendo é uma resposta aos vários anos em que os exibidores somente viabilizavam a dublagem nas animações e filmes infantis. Com certeza esta “balança” se equilibrará muito em breve, possibilitando a todos optarem por sua preferência. O que nunca é válido ou eticamente aconselhável é “acender uma fogueira medieval” baseando-se em argumentos simplistas (como “quem assiste dublado, não gosta de cinema”), rasteiros, ofendendo a parcela do público cinéfilo que prefere, ama ou necessita desta ferramenta.
***
Finalizo a postagem dedicada aos profissionais dessa Arte, com o texto que escrevi para a abertura do "Primeiro Prêmio da Dublagem Carioca". Foi lido por Jorgeh Ramos, com uma edição de vídeos primorosa. 

O caminho da dublagem foi árduo. A revolução do som iniciou-se na América com “O Cantor de Jazz” de 1927, mas foi apenas em 1929 que esta ferramenta foi utilizada em sua plenitude, no filme “Luzes de Nova York”. O cinema mudo tornava fácil a universalidade de seus produtos, pois bastava traduzir as cartelas de diálogos para qualquer idioma, porém com o advento do cinema falado, fazia-se necessária maior mão de obra. Na Europa, o método das legendas não foi bem aceito, fazendo com que o cinema americano tivesse que trabalhar dobrado, realizando por vezes produções em dois ou mais idiomas ao mesmo tempo, utilizando os mesmos cenários, mas nem sempre os mesmos atores e diretores. Clássico é o exemplo do “Drácula” de 1931, onde Bela Lugosi vivia o conde para o público americano, enquanto Carlos Villarías mordia jugulares na versão espanhola. Obviamente este processo era incrivelmente trabalhoso e economicamente inviável, logo os produtores perceberam que não era o melhor caminho a ser seguido.

Os europeus até hoje estão acostumados com a dublagem dos filmes estrangeiros em seus cinemas. Diretores como Fellini e Pasolini afirmavam sua preferência à dublagem, assim como o mestre do cinema Neo-Realista Italiano Roberto Rossellini, que com uma exceção, preferiu que todos os seus projetos fossem dublados, e quase sempre por vozes de outros atores que não aqueles que apareciam na tela. O público italiano (e o europeu em geral) faz questão de ouvir seu próprio idioma nas telas de cinema, como na moderna obra prima de Tornatore: “Cinema Paradiso”, em que todos os atores americanos foram dublados no idioma pátrio. No Brasil, o diretor Nelson Pereira dos Santos era o responsável por todas as dublagens dos filmes do mítico Stanley Kubrick.

No Rio de Janeiro elegante da década de cinquenta, a dublagem ainda não era uma realidade possível, quando em 1955 foi realizada a primeira gravação em acetato na Rádio Nacional, da radionovela: “O Romance da Eternidade”. Extremamente trabalhoso, não se podia conjecturar qualquer erro, pois qualquer deslize cometido sacrificaria todo o trabalho que teria de ser refeito do início. Uma hora e meia sem pausas e com 80 atores da própria rádio, um sonoplasta e um operador, todos juntos no mesmo ambiente.

Nos estúdios do laboratório carioca de cinema: CineLab, ainda na década de 50 encontravam-se os pioneiros Milton Rangel, Luis Manoel, Carlos Macchi, Domingos Martins, Rodney Gomes, Maria Alice Barreto (que dublou “Branca de Neve”), Jefferson Duarte, Ribeiro Santos, Joaquim Motta, Paulo Goulart, Nicete Bruno, Nathalia Timberg, Hugo Carvana, Roberto Maia, Sonia Morais, Claudio Cavalcante e Francisco Milani, por exemplo. Problemas poderiam ocorrer, como quando após muitos ensaios e no meio de uma gravação, acabava-se o carvão de uma lâmpada. Sim, pois na época não havia eletricidade suficiente para gerar a energia necessária para esta atividade. Após serem obrigados a aguardar quinze minutos pela troca do carvão, os profissionais retornavam à gravação. Somente com a inclusão da lâmpada de alogênio é que o processo se simplificaria. Em 16 milímetros existia um processo, onde após a edição e a mixagem, pegava-se aquele som já trabalhado e passava-se para a trilha musical do filme, para somente depois ir para o laboratório, que fazia a junção da imagem e do som em uma fita, chamada master. Durante cerca de vinte anos (o tempo que durou o processo de 32 e 16 milímetros), realizar a dublagem era um exercício hercúleo de paciência e dedicação extrema.

O U-Matic (similar à fita Beta, porém com som analógico) veio na sequência. Era uma máquina que só tinha uma pista de gravação, o que tornava muito difícil gravar as bandas duplas. A solução encontrada era dublar tudo em um canal, que depois era integrado ao ME (música e efeitos), onde na mixagem se juntava às vozes. Este processo de gravação conjunta perduraria várias décadas até o advento da DA, que possibilitava com seus oito canais a gravação individual de cada profissional. Antes disto, caso houvesse a necessidade de fazer uma cena com dez personagens, dez profissionais haveriam de estar gravando juntos.

Herbert Richers e Victor Berbara eram sócios neste período inicial, até a dissolução da sociedade, que levaria Herbert a criar seu próprio estúdio, enquanto Berbara seguiria distribuindo filmes em sua VTI Rio. Herbert Richers iniciou como produtor nas clássicas chanchadas da Atlântida, porém buscava o know how dos americanos, procurando sempre trazer para o Brasil as mais modernas melhorias técnicas. Sendo amigo de Walt Disney, ele transitava nos estúdios de Hollywood, onde acabou ficando a par das novidades tecnológicas da dublagem, trazendo todo este conhecimento para o Rio de Janeiro.

Outro nome essencial nos alicerces desta arte é Carlos de La Riva. Ele era um jovem apaixonado por cinema em Barcelona. Seu pai (Carlos de La Riva Tayan) havia sido o fundador da rádio espanhola e acabaria criando o primeiro estúdio de dublagem em seu país. Após seu falecimento, seu filho é contratado pelos americanos com a nobre missão de trazer a dublagem pro Brasil. Quando chegou, recebeu a ajuda de Wilson Vianna (o eterno “Capitão Aza” e “Tarzan” do cinema mexicano), que o auxiliou na adaptação à língua e aos costumes de nossa terra. Anos depois e já completamente imerso nesta cultura, Carlos decidiu dar o próximo passo e fazer um estúdio (com o canadense Ralph Norman), já que além de trabalhar como mixador para os americanos, o pró-ativo rapaz já estava ensinando a técnica da dublagem aos atores da época. Em meio a um período turbulento nacional (o golpe militar), nascia a Rivatom.

Acompanhado por Telmo Avelar (o representante da Disney no Brasil), esteve à frente de marcos na área como “Branca de Neve” e “Bambi”. Carlos ensinava a técnica do som direto, que não era comum no cinema nacional, assim como ajudou Walter Goulart a lidar com a sonoplastia. Após o fim da sociedade com Norman, ele abre a TecnicSom (que ficava dentro do Museu de Arte Moderna). Na década de 70, um incêndio atinge o MAM, porém o estúdio manteve-se intacto (os deuses da dublagem estavam presentes). Carlos deslocou-se então para o Catumbi, e como um eterno apaixonado pela Sétima Arte, participou da Cooperativa Brasileira de Cinema, com grandes cineastas da época. Anos depois, reuniu-se novamente com Walter Goulart, criando a Delart.

A dublagem em seu início era artesanalmente conduzida pela criatividade dos envolvidos. Não havia forma de criar efeitos mecânicos, como a variação do som de uma pessoa a falar no telefone, portanto o profissional tamparia o seu nariz e estava feito o truque. Se o roteiro pedia que o personagem falasse enquanto se distanciasse da cena, o dublador tomaria distância progressivamente do microfone, chegando a sair de sua cabine de gravação, para obter o efeito necessário. Não havia controle sobre as horas trabalhadas, o que levava quase sempre a gravações que adentravam as madrugadas, tudo no intuito do aperfeiçoamento das cenas. Todo o esforço era recompensado de forma amigável, com os diretores pagando aos profissionais o valor que consideravam justo. Hoje em dia este panorama está modificado, com regulamentos com relação aos horários e aos valores, pagos pelos vinte segundos que consistem cada loop.

Nossa viagem no tempo passa por vários estúdios cariocas importantes, como a Riosom (depois nomeada “Peri Filmes”), a Dublasom (de Ribeiro Santos e Nilton Valério), a Cinecastro (que depois daria origem a Tele Cine), Cine Video, TV Cinesom, a Rio Som (depois absorvida pela Dubla Som), a Rivatom (depois nomeada Delart), além das já citadas Cine Lab e Herbert Richers. A dublagem foi uma ferramenta criada para suprir a necessidade das televisões em exibir produtos estrangeiros, já que não existiam as legendas. De ferramenta, tornou-se uma refinada Arte, que encontrou no Brasil o justo reconhecimento mundial por sua excelência.
Comentários
2 Comentários

2 comentários:

  1. Muito oportuno o seu texto, amigo Octávio, há que se reconhecer os méritos da dublagem brasileira, para mim, a melhor do mundo em sincronicidade e diversidade de timbres!

    ResponderExcluir
  2. Maravilhoso texto!
    Sempre quis ser dublador, mas para trabalhar teria que ter curso de ator, então...
    Mas meus amigos dubladores Felipe Grinnan, Mabel Cezae e a prima, Mariana Zink também se sentem felizes com este!
    Parabéns!!!

    ResponderExcluir