terça-feira, 19 de agosto de 2014

"Os 300 de Esparta", de Rudolph Maté


Os 300 de Esparta (The 300 Spartans - 1962)
O diretor Rudolph Maté, foi o responsável pela fotografia de obras imortais da Sétima Arte, como “A Paixão de Joana d'Arc” (1928) e “Gilda” (1946). Com “Os 300 de Esparta”, ele se aliou ao fotógrafo Geoffrey Unsworth (de “2001 – Uma Odisseia no Espaço” e “Superman – O Filme”) para contar um pouco da história da Grécia e de seu bravo herói Leônidas (Richard Egan), que desafiou o conceito de impossível, ao comandar 300 guerreiros contra um exército de aproximadamente 250.000 homens. Esse conto de coragem e sacrifício ajudou a delinear o curso da civilização ocidental, legando para filhos e netos a necessária esperança, ínfima outrora, para seguir na batalha. O roteirista de quadrinhos Frank Miller, do clássico “Batman: O Cavaleiro das Trevas”, assistiu esse filme quando era criança, ficando profundamente marcado pela trama, que considerou a causadora da mais importante mudança em sua vida criativa. Anos depois, ele escreveria “300”, que acabou sendo adaptado para o cinema em 2006, com direção de Zack Snyder.

O roteiro trabalha com temas como “democracia vs. despotismo”, com uma sutil analogia à Guerra Fria, sendo não somente um ótimo exemplar do gênero “Espada e Sandálias”, como também uma excelente aula de História. Um dos poucos filmes que se propõem a ser fiel aos fatos. O elenco inclui o excelente Ralph Richardson, como Temístocles, e David Farrar, como o arrogante Xerxes, dando suporte para que Egan consiga transmitir a força interna de seu personagem. Interessante perceber que as batalhas conseguiam ser mais empolgantes, mesmo sem todas as facilidades tecnológicas modernas. Talvez porque, diferente de “300”, neste o foco está nas motivações individuais dos personagens, não no estilo e nos efeitos em computação gráfica. Uma obra que melhora em cada revisão. Um conto que deve ser passado de pai para filho, mostrando que a determinação de poucos pode modificar a realidade de muitos.

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