Os 300 de Esparta (The 300 Spartans - 1962)
O diretor Rudolph Maté, foi o responsável pela fotografia de
obras imortais da Sétima Arte, como “A Paixão de Joana d'Arc” (1928) e “Gilda”
(1946). Com “Os 300 de Esparta”, ele se aliou ao fotógrafo Geoffrey Unsworth (de
“2001 – Uma Odisseia no Espaço” e “Superman – O Filme”) para contar um pouco da
história da Grécia e de seu bravo herói Leônidas (Richard Egan), que desafiou o
conceito de impossível, ao comandar 300 guerreiros contra um exército de
aproximadamente 250.000 homens. Esse conto de coragem e sacrifício ajudou a
delinear o curso da civilização ocidental, legando para filhos e netos a
necessária esperança, ínfima outrora, para seguir na batalha. O roteirista de
quadrinhos Frank Miller, do clássico “Batman: O Cavaleiro das Trevas”, assistiu
esse filme quando era criança, ficando profundamente marcado pela trama, que
considerou a causadora da mais importante mudança em sua vida criativa. Anos
depois, ele escreveria “300”, que acabou sendo adaptado para o cinema em 2006,
com direção de Zack Snyder.
O roteiro trabalha com temas como “democracia vs.
despotismo”, com uma sutil analogia à Guerra Fria, sendo não somente um ótimo
exemplar do gênero “Espada e Sandálias”, como também uma excelente aula de
História. Um dos poucos filmes que se propõem a ser fiel aos fatos. O elenco
inclui o excelente Ralph Richardson, como Temístocles, e David Farrar, como o
arrogante Xerxes, dando suporte para que Egan consiga transmitir a força
interna de seu personagem. Interessante perceber que as batalhas conseguiam ser
mais empolgantes, mesmo sem todas as facilidades tecnológicas modernas. Talvez
porque, diferente de “300”, neste o foco está nas motivações individuais dos
personagens, não no estilo e nos efeitos em computação gráfica. Uma obra que
melhora em cada revisão. Um conto que deve ser passado de pai para filho,
mostrando que a determinação de poucos pode modificar a realidade de muitos.
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