terça-feira, 12 de dezembro de 2017

"Armadilha Amorosa", de Charles Walters


Armadilha Amorosa (The Tender Trap - 1955)
Charlie Reader (Frank Sinatra), agente de Manhattan, vive cercado de belas e esperançosas jovens. Um dia durante uma sessão de testes, ele conhece Julie Gillis (Debbie Reynolds), aspirante a atriz e doida para arranjar um marido. Logo estão saindo juntos, mas ela diz que só se casará com ele depois que ele se livrar das outras garotas. Charlie, que ainda não falara nada sobre casamento e se preparava para deixá-la, fica tão surpreso com o ultimato que acaba se apaixonando de verdade por ela. Mas as coisas se complicam quando Charlie recebe a visita de Joe (David Wayne), um velho amigo que quer dar um tempo em seu casamento e está com um antigo namorico de Charlie, a elegante violinista Silvia (Celeste Holm).

Lançado no mesmo ano que “O Homem do Braço de Ouro”, superestimado dramalhão em que Sinatra vive um viciado em heroína, o singelo e agradável “Armadilha Amorosa” usualmente é eclipsado, eu considero um dos melhores momentos do cantor no cinema. Ele provou que conseguia segurar papeis dramaticamente desafiadores, como no espetacular “Meu Ofício é Matar”, e não faria feio anos depois como diretor em “Os Bravos Morrem Lutando”, mas é nas produções leves, nos musicais e comédias românticas, que ele se mostrava mais confortável. Dirigido pelo competente Charles Walters, dos excelentes “Desfile de Páscoa”, “Ciúme, Sinal de Amor”, “Lili”, “Casa, Comida e Carinho” e “Alta Sociedade”, com roteiro adaptado da peça de Max Shulman e Robert Paul Smith, o filme ganha pontos com o carisma encantador de Debbie Reynolds e Celeste Holm. Mas a estrela mesmo é a bela canção-título: “(Love is) The Tender Trap”, composta por Jimmy Van Heusen e Sammy Cahn, que dá o tom teatral da trama já nos créditos iniciais e, especialmente, no desfecho. 

É o tipo de escapismo que a sociedade norte-americana precisava naquele período, o personagem de Sinatra, um mulherengo bon vivant, representa a força que se recusa a se moldar aos padrões. O roteiro então eleva o nível no terceiro ato, ao desconstruir a persona do solteirão inconsequente. Vale destacar que este era o papel favorito do cantor.





* O filme está sendo lançado em DVD, com opção de dublagem em português, pela distribuidora "Studio Classic Filmes".

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