quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Razzle Dazzle - "No, No, Nanette" / "Paris em Abril" / "Gypsy"


Coleção Dose Dupla – Doris Day:
No, No, Nanette (Tea For Two – 1950)
Nanette Carter, uma jovem que sonha em se tornar uma grande estrela da Broadway, envolve-se com um produtor teatral ambicioso e mal intencionado. A jovem decide então pedir patrocínio ao seu querido e rico tio Max, porém à beira da falência e cheio falcatruas. O tio topa o patrocínio mas impõe a ela um desafio inusitado para conseguir a quantia desejada.
Paris em Abril (April in Paris – 1952)
Em Washington, Winthrop Putman é Secretário Assistente do Assistente do Subsecretário de Estado. Para participar do Festival de Artes de Paris, o governo decide convidar a grande atriz Ethel Barrymore. Em vez disso, o convite é recebido e aceito por Ethel “Dynamite” Jackson, uma corista de All-American Broadway.


Duas adoráveis produções da Warner, dirigidas por David Butler, com exuberante Technicolor. “No, No, Nanette” marca a primeira vez em que Doris Day é vista dançando, em seu primeiro papel de destaque, garantindo a maior bilheteria do ano na produtora. O roteiro, tomando muitas liberdades na adaptação da peça original da Broadway, não foge dos clichês das comédias musicais da época, mas a atuação leve e confiante da protagonista compensa qualquer problema. Vale destacar a bela interpretação da canção “Tea for Two”, composta por Vincent Youmans e Irving Caesar, com a jovem ao piano. “Paris em Abril” conta com a presença do grande Ray Bolger, o eterno espantalho de “O Mágico de Oz”, um dos maiores dançarinos de Hollywood, quase sempre ofuscado por Astaire e Kelly. O filme, assim como o anterior, conquistou a maior bilheteria do ano na Warner. A canção-título “April in Paris”, assim como “I’m Gonna Ring The Bell Tonight” (um show de Bolger) e “That’s What Makes Paris, Paree” (com Claude Dolphin), merecem destaque.


Gypsy – Em Busca de Um Sonho (Gypsy – 1962)
Cinebiografia romanceada da dançarina Gypsy Rose Lee, pioneira americana do teatro burlesco e do strip-tease, mostrando os tempos de dançarina burlesca e os conflitos com sua dominadora mãe Mama Rose.

Um dos musicais mais trágicos da história do cinema, o roteiro aborda a questão da busca pela fama a qualquer preço, o que se esconde atrás do glamour do mundo dos espetáculos. Louise, vivida pela inesquecível Natalie Wood, é uma jovem que nunca se interessou pela carreira artística, algo que sua egoísta mãe, uma impecável interpretação de Rosalind Russell, nunca respeitou, já que tenta extravasar com a filha uma frustração de infância na área. A menina, que sempre se considerou feia e sem talento algum, acaba realizando o desejo da mãe, não nos palcos de Vaudeville, mas, sim, atuando com sucesso como dançarina burlesca. Essa vingança encontra tons amargos quando a jovem compreende que nunca irá ser respeitada em uma função que se resume a se despir para o deleite dos homens. O roteiro acerta ao não transformar a mãe em um monstro, já que ela também é vítima de uma parentalidade irresponsável. Uma obra fascinante que merece ser redescoberta.

* Os filmes, até então inéditos no home vídeo nacional, estão sendo lançados em DVD pela distribuidora: “Obras-Primas do Cinema”. 

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