Green Room (2015)
Uma banda de punk rock iniciante arrisca uma gig num clube
de beira de estrada onde Judas perdeu as botas. Um assassinato acaba colocando
os jovens nas mãos de uma gangue de skinheads, liderados por um impressionante
Patrick Stewart, sem interesse em deixar suas testemunhas vivas.
A trama é
inteligentemente simplória, uma desculpa para o diretor Jeremy Saulnier
homenagear John Carpenter, Tobe Hooper e Lucio Fulci, entre outras referências
que consegui perceber com um sorriso no rosto. Quando o grupo transforma o tal
“quarto verde” do título em seu Álamo, buscando maneiras engenhosas de
sobreviver aos ataques, o elemento de alegoria social se perde deliciosamente
em um banho de sangue. O resultado é brutal, subversivo como poucos projetos ousariam ser nos dias de
hoje, sem concessões, um roteiro imprevisível que estabelece uma sensação de
medo constante, onde qualquer personagem pode acabar somando na pilha de corpos
dilacerados.
O gore gratuito, que usualmente tem sido utilizado mais pelo
“terrir”, atinge níveis que deixariam encabulado o Pasolini de “Saló, ou os 120
Dias de Sodoma. “Green Room” é uma injeção de adrenalina no peito, uma
fascinante lufada de ar fresco, inserida em uma realidade que costuma primar
por exemplos de pretensão vazia, obras umbilicais morosas e muita cacofonia
visual.
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