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Cinco Dedos (Five Fingers – 1952)
Quando se fala no diretor Joseph Mankiewicz, o cinéfilo
pensa logo em “A Malvada”, porém, existem duas obras-primas dele que poucos
lembram: “Quem é o Infiel?” e “Cinco Dedos”. O título pode parecer esquisito,
mas, baseado em uma história real, a trama de espionagem ambientada na Segunda
Guerra Mundial é uma desculpa para um exercício de criação de suspense, com o
auxílio de uma ótima trilha sonora de Bernard Herrmann, que emoldura momentos
de pura tensão. Com certeza, um trabalho que chamou a atenção de Hitchcock para
a possibilidade de uma futura parceria, que seria iniciada três anos depois,
com “O Terceiro Tiro”.
James Mason vive o empregado da embaixada britânica que
sonha com um futuro de riqueza e glória no Rio de Janeiro, capaz de vender
documentos para os nazistas, para realizar seu objetivo. Tentando impressionar
uma bela condessa, vivida por Danielle Darrieux, um personagem criado no
roteiro hollywoodiano, o homem não percebe que a mulher possui ainda menos
caráter que ele, o que conduz para um desfecho sensacional, que, obviamente,
não irei revelar no texto. Saliento também uma cena que ocorre no segundo ato,
quando o protagonista desliga a eletricidade da mansão, para poder abrir o
cofre e tirar fotos dos documentos. É impressionante o nível de tensão que a
montagem estabelece, alternando as ações do homem, correndo contra o tempo, sem
saber que, do lado de fora, a faxineira procurava formas de ligar novamente a
eletricidade, para poder limpar o chão. Uma verdadeira aula. Diello (Mason) é
um vilão, porém, graças ao seu carisma, acabamos torcendo por ele.
Uma obra-prima que merece ser redescoberta por todos aqueles
que amam a Sétima Arte.
* O filme acaba de ser lançado em DVD pela distribuidora "Classicline".
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