A Garota Dinamarquesa (The Danish Girl - 2015)
A história de amor real entre as pintoras dinamarquesas Lili
Elbe (Eddie Redmayne) e Gerda Gottlieb (Alicia Vikander). Obrigada a viver como
Einar Wegener desde o nascimento, em 1930, Lili foi uma das primeiras mulheres
a passar por uma cirurgia de transgenitalização.
A forma como o protagonista, logo no início, toca suavemente
nas roupas femininas penduradas, enquanto caminha por elas, é uma maneira
simplista do roteiro, de Lucinda Coxon, evidenciar sua condição. Essa
característica se faz presente do início ao fim, com o roteiro evitando
qualquer aprofundamento psicológico, limitando-se a repetições de obviedades.
Sabemos que o personagem é uma mulher presa no corpo de um homem, não é preciso
que a história reforce isso constantemente, das maneiras mais clichês. Um
transgênero não quer apenas se vestir como mulher. Um indivíduo é muito mais do
que sua sexualidade. Como nos filmes anteriores do diretor, fica a sensação de
que ele subestima descaradamente o seu público, o que nunca é um bom sinal.
Por mais que tenha muitos defensores, eu não considero Eddie
Redmayne um grande ator, porque em todo momento, até mesmo nas cenas mais
despretensiosas de seus filmes, ele faz questão de deixar perceptível que está
atuando. É um constante piscar de olhos para os votantes das premiações, o que
acaba cansando, já que, apesar de todo o hype que praticamente o tirou da
obscuridade do dia para a noite, o rapaz não tem muito carisma natural, tudo
nele é forçado, calculado. A frieza na abordagem do filme, que parece estar
mais interessado em exibir sua impecável direção de arte (uma atitude “for your
consideration” que vem se tornando cada vez menos sutil na indústria), não
ajuda o resultado, essa mania moderna de confundir austeridade vazia com
elegância, boicotando uma história realmente interessante, com um grande
potencial.
O ponto alto é a personagem Gerda, grande momento de Alicia
Vikander, essa sim, uma tremenda atriz com muito carisma. A esposa de Einar
(Redmayne), uma artista tentando conquistar seu espaço, que sofre a perda do
parceiro ao enxergar a feminilidade latente nele, porém, possui a maturidade emocional
para ajudá-lo no difícil processo de aceitação, em uma época onde a mudança de
gênero era algo inadmissível pela sociedade conservadora e hipócrita.
Eu até acho o Ed um bom ator, mas não em A Garota dinamarquesa. Bom encontrar quem concorda comigo, porque parece que odo mundo amou a interpretação dele.
ResponderExcluirAcho forçada, exagerada. Costumam falar que está sutil, mas me parece exatamente sem sutileza.
Quem realmente rouba a cena é a Vinkander, que interpreta sua Gerda com uma força surpreendente.
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