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Louca por Música (Mad About Music – 1938)
Gloria (Deanna Durbin) é a filha de Gwen Taylor (Gail
Patrick), uma conhecida atriz de Hollywood que a enviou para um colégio interno
na Suíça. As colegas de sua escola ficam impressionadas quando ela começa a
contar cada vez mais sobre as aventuras itinerantes de seu pai milionário. No
entanto, na realidade, a menina não tem pai, e depois de algum tempo, as amigas
tornam-se céticas e exigem algum tipo de evidência física de que ele existe.
Quando Gloria conhece Richard (Herbert Marshall), um compositor britânico, ela
pergunta se ele não se importaria de passar por seu pai para que seus amigos
pudessem conhecê-lo.
Um dos mais adoráveis veículos para a encantadora canadense Deanna
Durbin, a pequena que foi a estrela favorita de Winston Churchill e chegou a
salvar os estúdios Universal da falência. Então se você hoje é fã de “De Volta Para
o Futuro”, “Tubarão” e tantos outros novos clássicos, agradeça ao carisma da
menina. E pensar que um acaso do destino também acabou favorecendo Judy
Garland, já que as duas estavam disputando a atenção da MGM. Após um teste, um
curta protagonizado pelas duas, o chefão mandou que se livrassem da “gordinha”.
Ele se referia à Garland, mas, por um tolo engano, quem saiu foi Durbin,
deixando o caminho livre para a mãe de Liza Minnelli.
Ela carregava os roteiros nos ombros, com uma das mais belas
vozes da indústria e uma capacidade incomum de investir emoção até mesmo nas
letras mais bobinhas. As tramas nunca eram desafiadoras, mas ela conseguia
hipnotizar o público. Poucos foram os artistas da música que conquistaram isso
no cinema com a mesma competência, uma seleta lista que inclui Frank Sinatra,
Bing Crosby e Elvis Presley. E, por falar no rei do rock, vale salientar que o
seu diretor favorito, Norman Taurog, aquele com quem trabalhou em nove
produções, é também o diretor desse filme.
Como esquecer a cena em que a menina passeia de bicicleta
com as amigas, cantando “I Love to Whistle”, ou a emocionante sequência em que
entoa “Chapel Bells”, sendo acompanhada ao piano pelo homem que outrora se
regozijava de sua solidão, mas que aprende com a dedicada garota a compartilhar
sua vida? Ambas compostas por Jimmy McHugh e Harold Adamson, responsáveis por
vários hits de Sinatra a Ella Fitzgerald. Mas o grande momento musical, aquele
que acredito ser o melhor de sua carreira, é sua interpretação para a “Ave
Maria” de Gounod, cantada com o coral dos meninos de Vienna.
* O filme está sendo lançado em DVD pela distribuidora "Classicline".
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