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O Protetor (Tom Yum Goong – 2005)
Kham, um jovem lutador, precisa ir para a Austrália
recuperar seu elefante roubado. Com a ajuda de um detetive, Khan tem que lutar
contra todos, incluindo uma gang liderada por uma mulher maligna e seus dois
guarda-costas mortais.
O tailandês Tony Jaa surpreendeu o mundo das artes marciais
com “Ong-Bak”, mas era uma produção muito fraca, onde apenas as coreografias
das lutas chamavam realmente atenção. Um filme do gênero precisa oferecer algo
a mais, mesmo que seja na forma de um melodrama sacarina e medianamente satisfatório,
para que não fique parecendo apenas uma exibição de técnica por parte dos
lutadores. O filme seguinte do diretor Prachya Pinkaew equilibraria melhor essa
equação, com um resultado superior em todos os sentidos. O tema, que trabalha a
ligação espiritual dos tailandeses com os elefantes, poderia ser um empecilho
em outras culturas, mas o roteiro simplório se mantém focado na busca de um
homem por seu amigo, um conceito universal.
O mesmo coreógrafo do sucesso anterior, Panna Ritikrai,
retorna com ambições maiores, construindo uma sequência impressionante com
tomada única em tempo real, algo em torno de frenéticos quatro minutos, passada
em um restaurante. Somente essa cena já validaria o projeto, mas ele ainda conta
com, pelo menos, mais umas três excelentes cenas de ação, como aquela que
mostra o herói quebrando os ossos de uma multidão de capangas. É um espetáculo
de torções impecavelmente coreografado que dura por volta de quatro minutos. Jaa
executa um combinado de Krabi krabong e Muay boran, que ele denominou Muay
kodchasaa (boxe do elefante), um estilo que era totalmente desconhecido no
Ocidente, o que explica o impacto de seus primeiros filmes nesse público. É
impressionante ver o estrago que esse estilo faz, em uma cena num templo,
contra três especialistas em Capoeira, Wrestling americano e Wushu.
McQuade – O Lobo Solitário (Lone Wolf McQuade – 1983)
Quando a vida de sua filha adolescente é ameaçada por
sequestradores que estão tentando roubar um caminhão repleto de armas e
munição, o assunto torna-se pessoal para McQuade.
Chuck Norris criou uma persona exótica nas telas, misturando
filmes de artes marciais com cópias genéricas de baixo orçamento dos projetos
belicistas que foram o símbolo da era Reagan. “Invasão U.S.A.”, que considero o
seu melhor no subgênero “exército de um homem só”, não é de artes marciais. Ele
resolve tudo na bala, sem mover um músculo do rosto. Já seus projetos no
gênero, com exceção óbvia de seu clássico confronto com Bruce Lee em “O Voo do
Dragão”, variam entre o medíocre e o insuportável. Eu considero “McQuade”,
dirigido por Steve Carver, o melhor de todos. O grande chamariz da produção era
a batalha épica entre Norris e David Carradine, evento que a ótima trilha
sonora pomposa de Francesco de Masi capta com inspiração clara nos duelos dos
spaghetti westerns. Toda a trama que envolve esse desfecho é pura desculpa, não
fica retida na memória. A ideia é elaborar o suspense minimamente necessário
para que esses dois mitos do gênero, como gladiadores modernos, partam para a
ignorância. A luta dura em torno de quatro minutos do puro Karatê de Norris
contra um misto, mais cenográfico que eficiente, de Kung-Fu e Tai-Chi.
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