Mentes Que Brilham (Little Man Tate – 1991)
Aos sete anos, Fred (Adam Hann-Byrd) demonstra ter talentos
extremamente precoces, se destacando em áreas distintas como matemática e
artes. Ele tem consciência de seu dom, da mesma forma que conhece a
responsabilidade que ele lhe traz, o que o torna uma criança hipersensível. Sua
mãe (Jodie Foster) é solteira e trabalha como garçonete em um restaurante
chinês.
Jodie Foster, nesse que foi seu primeiro trabalho na
direção, consegue estabelecer, no superior primeiro ato, a beleza na relação
entre a mãe, a garçonete vivida pela própria Jodie, e o filho superdotado, o
elemento mais bem desenvolvido na trama. O garoto, vivido por Adam Hann-Byrd, uma
das melhores interpretações infantis do cinema, evita os radicalismos do
estereótipo de uma criança-gênio. A sua segurança, seu controle emocional,
chega a contrastar com a abordagem equivocada de alguns colegas em cena, como a
do menino arrogante que pratica bullying, sempre alguns tons acima do
necessário.
O roteiro de Scott Frank, que anos depois faria “Minority
Report”, acerta ao manter os personagens longe da caricatura. Ninguém é
totalmente bom ou ruim, o que engrandece o conflito entre a mãe e a personagem
de Dianne Wiest, que, apesar de querer ajudar a criança, com quem se
identifica, demonstra pedantismo e certa tendência ao abuso de poder, por se
considerar, devido ao seu intelecto, um degrau acima dos comuns. O tema da
integração da criança superdotada na sociedade é muito bem trabalhado,
evidenciando o conflito entre o método materno de superproteção/isolamento e o
método da psicóloga, que estimula a valorização do diferencial dele como algo a
ser exposto, colocando ele em competições, um farol das potencialidades
humanas. O garoto acaba descobrindo que o melhor caminho é o meio-termo, a
união do carinho protetor e da consciência do talento.
* O filme está sendo lançado em DVD pela distribuidora: “Classicline”.
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