Já escrevi muito sobre a importância das revistas de cinema em minha infância, eu literalmente adorava ficar como uma ilha, sentado no chão, rodeado por todas as "Cinemin", "SET" e "Vídeo News" que faziam parte da coleção do meu pai. Eu viajava naquelas páginas, relia os textos até quase memorizar os parágrafos. Era uma época sem internet, aquele era meu único portal para o universo fascinante do cinema, a grande paixão da minha vida. A saudosa "Cinemin" foi pioneira, o melhor conteúdo já escrito sobre o tema no Brasil até hoje. A revista abordava todos os gêneros e épocas, com o mesmo cuidado e dedicação, com coberturas impressionantemente detalhadas de cerimônias de premiação e festivais, dos mais badalados aos menos conhecidos. Eu ouso dizer que foi a melhor publicação sobre cinema no mundo!
Tenho o orgulho de ter conquistado a amizade e o respeito profissional de alguns críticos que escreveram na revista. E, nessa postagem especial de final de ano, contei com a ajuda de três deles: Saulo Adami, Sylvio Gonçalves e Ricardo Cota. Eles relembram com muito carinho essa época mágica.
Entrevista com Saulo Adami:
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Saulo Adami em ação na "Cinemin". |
O - Ao folhear as revistas "Cinemin" das décadas
de 1980 e 1990, fico impressionado com a qualidade editorial, a riqueza dos
textos, as coberturas de pequenos e grandes festivais, o respeito extremo com
os diversos gêneros e, o mais importante, o carinho com a memória cultural,
algo que as poucas publicações atuais no tema não consideram interessante
mercadologicamente. Triste isso, não? O passado, os grandes nomes que forjaram a
indústria, não são valorizados pelos leitores. Como você enxerga essa questão? Como o povo brasileiro involuiu tanto e em tão pouco tempo?
S - Quando comecei a colaborar com a revista “Cinemin” no início
da década de 1990, já participava de fãzines brasileiros desde meados da década
anterior, contribuindo com artigos breves sobre cinema. Principalmente
abordando minha temática favorita, “O Planeta dos Macacos”. A mesma paixão que
encontrava estampada nos artigos escritos por meus parceiros de publicação nos
fãzines, encontrava nas páginas de “Cinemin”. A produção da revista era
profissional, responsabilidade da Editora Brasil-América (EBAL), que tanta
falta nos faz hoje.
Quanto a mim, redator e editor de fãzines, a salvação era a
máquina de fazer fotocópias, instalada em uma repartição pública de Brusque. O
funcionário da repartição muitas vezes cedia uma mesa para que eu pudesse
encadernar algumas dúzias de exemplares. O passo seguinte era ir à agência do
Correio, pegar uma fila – pequena, pois a cidade também não era tão povoada
quanto é hoje – e finalmente encaminhar seus exemplares para vários pontos do
Brasil e do exterior, onde tinha contatos e leitores fiéis.
Este ritual proporcionado pela produção artesanal já não
existe hoje. Tudo ficou mais automatizado, industrializado e, consequentemente,
frio e distante. São raros os fãzines produzidos naquela época que sobreviveram
ao passar do tempo. Raros. Por que sobreviveram? Porque são feitos por pessoas
apaixonadas por este ofício de ler, pesquisar, editar e difundir histórias,
compartilhando com outros iguais.
A revista “Cinemin”, assim como os fãzines que produzíamos
nas décadas de 1980 e 1990, não era escrita por profissionais do jornalismo em
sua maioria. A revista era produzida por aficionados por cinema e apaixonados
pelo fazer cinematográfico. Por fãs das estrelas de todo porte. Embora pareça
um discurso antiquado, esta observação é a mais pura verdade porque nas páginas
da revista constavam não apenas autores de artigos sobre cinema e suas
estrelas, mas pessoas que, além de fãs de uma temática ou personalidade ou
colecionadores de tudo o que possamos imaginar, eram pessoas boas de texto.
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Copydesk de Saulo Adami. |
Seus colaboradores tinham conhecimento da crônica
cinematográfica e habilidade como redatores de artigos de fôlego! Alguns colaboradores,
é evidente, tinham mais habilidade do que outros, na composição dos textos.
Mas, ninguém escrevia mal, nem abreviava, nem fazia piadinhas enquanto tratava
de temas sérios e relevantes. Ninguém produzia páginas de fofoca, não perdia
tempo produzindo informação inútil. Até porque havia Fernando Albagli, um
editor profissional interessado em fazer da revista uma referência nacional,
tanto para os fãs quanto para a indústria cinematográfica brasileira.
Quanto a evoluir ou involuir, acredito que seja pertinente a
cada um. Hoje, escrevo e coordeno a coleção “TV Estronho” – livros que resgatam
a história de séries de televisão de todos os tempos – para a Editora Estronho,
de São José dos Pinhais, Paraná. Trabalho com entusiasmo nestes títulos,
escrevendo, coordenando e orientando outros autores. A TV Estronho entrou no ar
em junho de 2016, com “Perdidos no Espaço” – escrito em parceria com Carlos
Gomes – e seus próximos episódios serão “Shazan-Xerife & Cia.”, “Kung Fu” e
“O Incrível Hulk”.
Gosto de gostar destas séries, sou grato ao editor Marcelo
Amado por me proporcionar este privilégio porque nós fazemos parte de um grupo
de pessoas que merece ser estudado com rigor científico: o grupo dos nerds. Não
tenho nenhum problema em assumir este rótulo – já que, não tendo nenhum, alguém
sempre encontra um para nos imputar. O que me agrada nesta possibilidade de
escrever e coordenar a coleção é que estamos produzindo livros com temática
inédita no Brasil falando de universos ficcionais que, embora sejam séries
lançadas há 30,40 ou 50 anos, estão anos-luz à frente destas bobagens que
assistimos hoje na televisão (a cabo ou não) ou no cinema, onde se privilegia o
espetáculo visual e o besteirol em detrimento de uma boa história para contar.
O - Qual a importância de se ter uma revista como a
"Cinemin" para a cultura nacional?
S - É fundamental. Hoje, qual a revista especializada em cinema
que temos circulando no Brasil? O que temos são revistas que vendem algumas
ideias, reportam superficialmente o que há em um filme, trazem a programação da
TV por assinatura ou se esmeram mais em futilidades do que se dedicam a de fato
informar o leitor.
Substituem notícias de bastidores por entrevistas-relâmpago
sobre disse-me-disse. Não leio estas publicações. Quem as lê certamente
encontra pouca informação – ou quase nada – sobre o cinema nacional, imagine da
cultura brasileira.
Porém, ainda há, mesmo nestas publicações sofríveis, alguns
redatores que gosto de ler e com os quais, sempre que possível, gosto também de
conversar, mesmo via virtual. Aliás, a via virtual sempre ajudou meu trabalho,
e certamente teria ajudado a manter a “Cinemin” circulando, caso tivéssemos
tido este reforço ou apoio nas décadas de 1980 e 1990. Sim, acredito que a
revista poderia ter tido outro futuro.
“Cinemin” dava espaços generosos ao cinema nacional,
incluindo algumas capas, reportagens de bastidores e artigos especiais. Recordo
com carinho do artigo que escrevi sobre “A ditadura brasileira vai ao cinema”,
que rendeu algumas correspondências endereçadas à minha caixa postal. Havia,
inclusive, preparado outros textos sobre cinema brasileiro, mas não tive
oportunidade de publicar porque a revista saiu de circulação. Mas, de qualquer
modo, “Cinemin” cumpriu com honras o seu papel.
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Matérias de Saulo Adami na "Cinemin". |
O - Qual você considera que é o legado da
"Cinemin", do esforço conjunto desses profissionais, para o cinema
brasileiro?
S - Quando se fala em cinema, logo nos vêm à mente imagens de
uma indústria que não é a nossa, mas a norte-americana. Quando abríamos um
exemplar da “Cinemin”, sabíamos que encontraríamos alguma resenha, alguma
notícia, alguma referência ao cinema nacional.
Os conteúdos eram produzidos por brasileiros para
brasileiros, mesmo que os artigos tratassem de filmes, personagens e temas
estrangeiros. A revista cobria a realização dos festivais de cinema de todos os
portes, de todas as regiões brasileiras. Defendia a preservação da memória do
cinema nacional e se empenhava em dar visibilidade à produção brasileira.
Acredito que a revista não fosse lucrativa para a Editora
EBAL, que mesmo assim a manteve circulando enquanto foi possível, às vezes até
com prejuízo – em respeito ao leitor. Mas, teve um dia em que foi obrigada a
parar.
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Fernando Albagli, editor da "Cinemin". |
O ponto final foi comunicado pelo editor Albagli, que me
mandou uma carta de próprio punho, datada de 5 de julho de 1994: “Por enquanto,
infelizmente, “Cinemin” parou de ser publicada. Erro meu – e grave – não ter
lhe comunicado antes. Obrigado pelas suas colaborações e pela amizade e
carinho”. Ponto final.
Junto com o manuscrito, recebi de volta meus dois artigos
não publicados: um sobre a maquiagem no cinema e outro sobre o diretor Franklin
J. Schaffner, que haviam passado pela revisão e estavam prontas para ser
impressas.
Restaram as lembranças – todas boas! – de um tempo que não
volta mais, dos esforços de um conjunto de profissionais que, acima de tudo,
amava – alguns já partiram – o que fazia, um amor que ia muito além do simples
gosto de assistir filmes. O cinema brasileiro deve se orgulhar da “Cinemin”
tanto quanto a revista e seus colaboradores são gratos às pessoas que
diariamente escrevem a história do fazer cinematográfico.
Bibliografia de Saulo Adami na "Cinemin":
– “Perdidos no Planeta dos Macacos (Parte 1)”. In:
“Cinemin”, nº 60, janeiro de 1990, páginas 27-29.
– “Perdidos no Planeta dos Macacos (Parte 2)”. In:
“Cinemin”, nº 61, fevereiro/março de 1990, páginas 32-34.
– “A Aventura Continua”. In: “Cinemin”, nº 62, abril/maio de
1990, páginas 29-31.
– “Jornada nas Estrelas”. In: “Cinemin”, nº 67, dezembro de
1990/janeiro de 1991, páginas 13-17.
– “A Ditadura Brasileira Vai ao Cinema”. In: “Cinemin”, nº
69, março de 1991, páginas 4-6.
– “Maurice Evans”. In: “Cinemin”, nº 69, março de 1991,
página 42.
– “Franklin J. Schaffner”. In: “Cinemin”, nº 69, março de
1991, página 42.
– “John Ireland”. In: “Cinemin”, nº 81, janeiro/fevereiro de
1993, página 43.
– “Albert Salmi”. In: “Cinemin”, nº 81, janeiro/fevereiro de
1993, página 43.
– “Charlton Heston”. In: “Cinemin”, nº 84, julho 1993,
páginas 37-39.
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Matéria de Saulo Adami na "Cinemin". |
“Eu preciso ligar pro Albagli!”
Saulo Adami
Eu já não aguentava mais ler a revista “Cinemin” e não
encontrar um texto de fôlego sobre meu filme favorito, “O Planeta dos Macacos”
(1968), de Franklin J. Schaffner. Havia comprado na banca de jornal da praça
Barão de Schneeburg, centro de Brusque, Santa Catarina, uma das últimas edições
de 1989, e lido tudo o que me interessava saber – e até o que eu nem queria
saber – sobre novidades da Sétima Arte e artigos saudosistas assinados por
colaboradores que eu admirava, que eram jornalistas, colecionadores,
pesquisadores e invocados como eu!
Quer saber? Eu preciso ligar pro Fernando Albagli! Isso
mesmo, vou ligar para o Albalgi e perguntar se a equipe de redação da “Cinemin”
tem alguma coisa “contra os meus macacos”! Disquei o número e aguardei. Um
toque... dois toques... trê-...
– Editora EBAL, boa tarde!
– Eh... Boa tarde! Meu nome é Adami, estou ligando de Santa
Catarina. Gostaria de falar com o editor da revista “Cinemin”: Fernando
Albagli.
– Boa tarde, você está falando com ele mesmo. Em que posso
ajudá-lo?
Foi um privilégio conversar com o editor da minha revista
preferida. Foram uns 15 minutos de conversa, até que finalmente entrei no
assunto principal. Foi quando ele soube que eu trabalhava como jornalista e que
estava escrevendo um livro sobre os bastidores e segredos de “O Planeta dos
Macacos” no cinema e na televisão.
– Por que você mesmo não escreve um artigo sobre a sua série
de filmes favorita e envia para nossa avaliação?
Em alguns dias, o artigo estava pronto, revisado, impresso e
envelopado com destino ao Rio de Janeiro! Mais alguns dias, veio a confirmação
de que o texto fora aprovado para publicação, no início de 1990, em duas
partes.
Assim começou minha colaboração com “Cinemin” que, para
minha surpresa, remunerava seus colaboradores! De vez em quando, tão logo a
edição chegava às bancas, aparecia na minha caixa postal um cheque nominal
referente às minhas colaborações. Não era muito, mas era o meu primeiro salário
como colaborador de uma revista de circulação nacional – a minha revista favorita!
A empresa era organizada, a comunicação principal era por
cartas, pois eu ainda não tinha acesso à Internet. Cada vez que tinha um artigo
publicado, recebia meu exemplar pelo Correio. Quando o revisor tinha dúvidas,
fazia contato, enviava uma carta pedindo ajustes ou telefonava. Aos poucos, fui
me sentindo de fato parte da equipe.
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Com a palavra, Ricardo Cota:
A CINEMIN era a materialização do sonho de um dos maiores
cinéfilos que o Rio de Janeiro já conheceu:
Fernando Albagli. Diretor
Administrativo da Editora Brasil América, a EBAL, em São Cristóvão, pioneira na
publicação de quadrinhos. Albagli abriu
um espaço na casa para o cinema, numa era em que não havia sites, blogs e
afins. Era na banca que o cinéfilo
encontrava as informações complementares sobre cinema. E a CINEMIN cumpria bem esse papel. Nacionalmente. Graças à generosidade de Albagli, a revista
unia críticas de novos jornalistas, como Eduardo Magalhães Neto, Oswaldo Lopes
e Roni Filgueiras, com textos de cinéfilos tarimbados como Antônio Carlos Gomes
Mattos e o infalível Gil, responsável pela página Pergunte ao Gil. Havia ainda o Cine Imaginário, que tratava do
cinema brasileiro contemporâneo e dos autores alternativos. Foi um privilégio editar essa revista nos
anos 80, que mesmo sem anúncios, chegou a vender 70 mil exemplares em bancas. A CINEMIN fez história, merecidamente.
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Recordando a Cinemin
Sylvio Gonçalves
Quando criança e adolescente nos anos 1970/80, a minha formação como cinéfilo nasceu de três fontes: os tijolinhos do O Globo sobre filmes na TV, assinados por Paulo Perdigão; o livro “O que é cinema”, de Jean-Claude Bernadet; e a revista Cinemin, publicada pela EBAL sob a editoria de Fernando Albagli. Foi na Cinemin que aprendi que o universo do cinema não se restringia aos filmes de grande circuito. A revista trazia matérias longas e detalhadas sobre festivais nacionais e internacionais; cinema brasileiro, europeu, latino e oriental; antigos seriados de cinema; ídolos das matinês de faroeste e dos anos dourados de Hollywood; e gêneros cinematográficos diversos, das artes marciais à ficção científica. A revista tinha uma coluna dedicada a revisitar clássicos do cinema fantástico, com texto de Oswaldo Lopes Jr. Eu cursava o terceiro período de jornalismo quando soube por um amigo que o Oswaldo estava procurando um fã de cinema fantástico para substituí-lo na redação da coluna. Oswaldo leu alguns textos que eu tinha escrito para um fãzine, gostou, e pegou o telefone para me recomendar ao editor da revista.
Chegar à editora EBAL foi uma emoção carregada de nostalgia, porque quando criança eu tinha estado naquele mesmo prédio para comprar edições atrasadas de revistas de super-heróis. Estava tão animado em conhecer o editor da Cinemin que só a poucos metros da redação me dei conta de que, aos 22 anos e ainda universitário, estava para ter a minha primeira entrevista de emprego. O nervosismo súbito desapareceu com igual rapidez quando fui atendido pelo editor Fernando Albagli. Fernando foi uma das pessoas mais inteligentes e gentis que eu já conheci. Ele leu meus textos e disse que eu podia assumir a coluna, deixando as portas abertas para que eu colaborasse também como crítico de filmes mainstream.
Comecei a escrever para a Cinemin a partir do número 60. Minha primeira resenha para a coluna de filmes fantásticos foi sobre o clássico “Daqui a Cem Anos”. As duas primeiras críticas que submeti foram de “Os Caça-Fantasmas 2” e “Leviatã”. Fernando aprovou sem restrições o primeiro texto, que pesava os pontos positivos e negativos do segundo filme dos Caça-Fantasmas. Em seguida Fernando leu o texto que escrevi sobre “Leviatan”, que era carregado de ironia sobre a forma como o enredo costurava clichês de sucessos de ficção científica e horror. Fernando disse que o texto era bom, e que iria publicá-lo exatamente como estava. Mas frisou que a Cinemin era uma revista de periodicidade irregular, cujas críticas muitas vezes eram lidas semanas depois dos filmes terem saído de cartaz das capitais. Fernando não via sentido em usar o espaço da revista para falar mal de filmes, e disse que daria a nós, críticos, a liberdade para comentar apenas filmes que julgássemos merecedores de atenção. Não demorou muito para que eu entendesse que essa postura do Fernando não se devia apenas às limitações da Cinemin como mídia. Ele tinha uma visão positiva do mundo, e nutria muito mais interesse pelas qualidades nobres das pessoas e obras. Assim, passei mais de três anos escrevendo profissionalmente apenas sobre filmes que me despertavam o interesse em analisar. Abri mão de fazer a crítica de filmes que originalmente me tinham sido designados, como “Dick Tracy”, que foi passado para um colega que tinha apreciado mais do que eu as opções estilísticas do diretor/ator Warren Beatty. E falei sobre filmes que me encantam até hoje: “De Volta Para o Futuro II”, “De Volta Para o Futuro III”, “Uma Linda Mulher”, “A Pequena Sereia”, “O Vingador do Futuro”, “Aladdin”, “Um Golpe do Destino”, “Jornada nas Estrelas VI”, “O Pescador de Ilusões", “Hamlet” e muitos outros. Depois do falecimento de Fernando em 2006, tive a honra de ser convidado pela Editora Zit para atualizar o seu monumental livro de referência, “Tudo Sobre o Oscar”, escrevendo sobre os filmes premiados de 2006 a 2009. E a cada resenha eu me perguntava como o autor da obra, o meu antigo e estimado editor da Cinemin, teria preferido que eu escrevesse. Com Fernando Albagli e a Cinemin, eu aprendi que por mais que um indivíduo seja capacitado para analisar filmes, a apreciação de qualquer obra de arte é subjetiva. Uma lição que me é útil até hoje, quando me é encomendada uma resenha de filme, um parecer de argumento ou roteiro, ou ao me ver do outro lado, lendo as críticas das produções para as quais contribuí como roteirista.
Sylvio Gonçalves foi crítico de cinema para a revista Cinemin e a Rádio MEC. É roteirista de filmes como “Sem Controle”, “S.O.S. Mulheres ao Mar”, “S.O.S. Mulheres ao Mar 2” e “Eu fico loko”.
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Que sonho seria ver a "Cinemin" renascendo nessa nova geração, mostrando que, em uma época de informações imediatistas na internet e, quase sempre, vazias, nada substitui o empenho sério de profissionais apaixonados, garimpeiros da arte. Parabéns a todos aqueles que contribuíram para esse patrimônio da cinefilia nacional!