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O Preço de Um Covarde (Bandolero! – 1968)
Dois irmãos fogem da justiça em território infestado de
bandoleiros e são perseguidos por xerife que quer resgatar garota que eles
levaram como refém.
Sabe quando você lê muitas críticas negativas sobre um filme
obscuro, comentários que te sugerem desprezar a obra, material que te faz
postergar a sessão por vários anos? Isso aconteceu comigo com relação a “O
Preço de Um Covarde”. Na época em que estava caçando todos os filmes com o
James Stewart, achei que esse não valia o esforço do garimpo, não havia saído
em VHS, não encontrava completo na internet, o diretor Andrew V. McLagen não me
inspirava simpatia pelos trabalhos já vistos, acabei me focando em outras
produções mais elogiadas da fase final do ator. Só fui conhecer quando a “Classicline”
lançou pela primeira vez em DVD por volta de 2005. E fico feliz que ela esteja
relançando agora com uma cópia de ótima qualidade, o filme merece. Foi daqueles
casos de amor à primeira vista, eu não sabia se tinha sido a riqueza
psicológica dos personagens, a fantástica trilha sonora de Jerry Goldsmith que
fiquei cantarolando por dias, a beleza hipnótica de Raquel Welch, o carisma
matador de James Stewart e Dean Martin, o cantor na melhor atuação de sua carreira
cinematográfica, ou o desenrolar fascinante da trama, que, com exceção de uma ideia
divertida envolvendo Stewart disfarçando-se de carrasco, copiada de “Estigma da
Crueldade”, abraça terrenos pouco explorados, com a competência usual de Hal
Needham coordenando as sequências de ação.
O xerife, vivido por George Kennedy, disposto a cruzar
sozinho o perigoso caminho dos bandoleiros para resgatar uma enigmática mulher
que o despreza, uma viúva que é muito mais valente do que todos os personagens
masculinos. Ela, inicialmente uma refém indefesa, aspecto já realçado no
material de divulgação, acaba desorientando o seu sequestrador, vivido por
Martin, um sujeito desencantado com o amor, em luta constante com seus valores
familiares, e que é redimido ao final pela persistência de seu irmão, mais um
grande momento de Stewart no gênero. O desfecho é lindo, a força da mulher
confortando o irmão que acaba de perder aquilo que era mais precioso em sua
vida: o filho pródigo que tomba iluminado finalmente pela réstia de esperança que
sempre buscou. E essa redenção faz com que o irmão moribundo, que havia sido
seduzido a pisar na trilha do erro, roubando um banco, reúna suas últimas
forças para o ato derradeiro, segundos antes de morrer: entregar o dinheiro na
mão do xerife.
* O filme está sendo lançado em DVD pela distribuidora
“Classicline”.
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