Não sei exatamente a razão, pode ser algum tipo de superpoder especial mutante, mas consigo perceber o subtexto manipulativo em várias situações. Fenômenos midiáticos que invadem as redes sociais e, em pouco tempo, se espalham como fogo numa floresta, mobilizando uma massa que não parece interessada em questionar suas ações, apenas seguir a manada. Desconhecidos sem carisma que, da noite para o dia, são vendidos como ídolos em suas áreas. Com uma variação do Olho de Thundera, eu já visualizo com clareza o trambique de marketing, a negociação nada artística, os reais interesses que estão por trás daquela armação. Uma espécie de olho treinado para constatar o óbvio. E esse teatro está ficando cada vez menos sutil, ou o público está ficando menos esperto.
Usando um exemplo recente, a afirmação pública do diretor James Cameron, elogiando generosamente o novo projeto da franquia "O Exterminador do Futuro". Na hora, sem pensar duas vezes, enxerguei a razão: o filme é uma bomba nuclear. É como a Globo Filmes divulgando nos intervalos comerciais da emissora as opiniões agradáveis dos espectadores na saída da sessão dos filmes da Xuxa, uma jogada desesperada de marketing. Tudo que é muito ruim, acreditem no que digo, investe muito mais em propaganda. Quando o astro de uma franquia amada internacionalmente, alguém que nunca foi conhecido por ser desenvolto com a imprensa, decide se tornar uma variação do rapaz das propagandas das Casas Bahia, aparecendo para divulgar o projeto até como animador de festa infantil, abram os olhos, é furada na certa. Quando a produtora despeja uma quantidade absurda de spots/trailers, revelando praticamente todas as cenas importantes de um filme, não há dúvida, nem mesmo o diretor confia no material.
Eu acompanho alguns youtubers divertidos, o tipo de entretenimento rápido que relaxa o cérebro entre um texto e outro na madrugada. Semanas atrás, alguns deles começaram a repercutir um desafio, uma variação da brincadeira do compasso, tal de "Charlie, Charlie", onde a pessoa se comunica com espíritos, esses desocupados, utilizando dois lápis e um pedaço de papel. Na mesma hora, meu cérebro começou a trabalhar, uma espécie de sentido de aranha, pensei: isso é uma estratégia de marketing para o lançamento futuro de algum filme de terror. E era exatamente isso. Nessa semana, estava lendo sobre o futuro lançamento de "A Forca", dos mesmos produtores de "Atividade Paranormal". A brincadeira paranormal que aterrorizou crianças no Brasil, fez com que alunos de Manaus passassem mal e até motivou um exorcista espanhol oportunista do Vaticano, do nível de um entrevistado do programa "Superpop", a alertar as pessoas a respeito dos perigos envolvidos, não passava de uma estratégia de marketing para o lançamento de um produto que, nem preciso ter superpoderes para prever, será uma tremenda bomba.
As pessoas não estão mais exercitando o questionamento, aceitando que o artista "x" é o mais querido do Brasil, quando, na realidade, ele apareceu do nada, out of the blue, como um truque de mágica. Analisando a fundo, você descobre que ele é namorado do diretor da empresa. Nem preciso citar muitos exemplos, quem acompanha as redes sociais já consegue identificar. É tão patético quanto reality shows, que proliferam sobre os mais variados temas, com sua realidade artificial de novela mexicana. Alguém realmente acredita que esses programas são fincados em algum senso de realidade? O mestre mandou todo mundo vestir uma camiseta amarela e postar: #SomosDesocupados. A sociedade precisa urgentemente ler mais, praticar a arte do questionamento no dia a dia, para que o precioso tempo não seja ocupado como joguete de marketeiros, nas mais variadas áreas, com os mais diversos interesses.
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