Ideia estapafúrdia semelhante, apenas em “Born to Fight”,
filme tailandês de 2004, vale salientar, muito mais divertido que esta bomba
que hoje resgato no texto. O diretor Robert Clouse, responsável por “Operação
Dragão”, pouco antes de entregar o melhor momento de Cynthia Rothrock, a pérola
“China O’Brien”, desafia os limites do bom senso em “Gymkata”.
Gymkata - O Jogo da Morte (Gymkata - 1985)
A missão suicida: enfrentar ninjas exóticos, escapar de
flechas mortais e defender o mundo ocidental em um torneio similar às provas
das clássicas Olimpíadas do Faustão, chamado “O Jogo”, em um vilarejo no
fictício reino do Parmistão. O herói da fita: um campeão de ginástica olímpica,
Kurt Thomas, que nunca mais atuou, passa por um treinamento intensivo de artes
marciais que consiste em subir uma escada plantando bananeira, habilidade que o
permite se tornar um agente secreto norte-americano. Por sorte, ele encontra
muitas barras fixas nas ruelas, além de um incrível cavalo com alças disfarçado
no meio da praça da cidade, elemento imprescindível na cena de ação mais
hilária do roteiro. O nobre objetivo: utilizar o prêmio, a realização de um
desejo do vencedor pelo rei, para instalar um sistema de satélites de defesa no
país. Nada faz sentido, a diversão é garantida.
Vale destacar a presença do
lutador Richard Norton, presença marcante em várias pérolas C da época, vivendo
o guerreiro do rei, apaixonado pela princesa, a gatinha filipina Tetchie
Agbayani. Quando ela demonstra estar mais interessada no Diego Hypólito
karateca, ele se revolta e passa a objetivar assassinar o rapaz o mais rápido
possível. Mas quando o filme parece estar fadado à obviedade narrativa, o terceiro
ato surpreende com toques de terror, o herói precisa atravessar uma vila
fantasma dominada por seres bizarros, como um homem com um segundo rosto na
nuca, cena que me apavorava na infância. Claro, tudo orquestrado como humor involuntário, “Gymkata” não esconde se
tratar de uma despretensiosa paródia do gênero.
O filme era exibido com frequência na Bandeirantes durante a década de noventa, mas a capa do VHS é inesquecível, ainda que poucos tivessem coragem de pagar para ver.
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