quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Rebobinando o VHS - "Metalstorm", de Charles Band

Link para os textos do especial:


Em tempos de celebração mundial do novo “Star Wars”, eu acho válido resgatar um primo pobre que tentou capitalizar em cima do sucesso de George Lucas, a mente pensante por trás da produtora Full Moon, o diretor Charles Band, o homem por trás de guilty pleasures como: “Puppet Master” e “Trancers”.


Metalstorm (Metalstorm: The Destruction of Jared-Syn – 1983)
Numa distante galáxia, o herói Dogen resgata a bela Dhyana depois que o pai dela é assassinado por um renegado malvado chamado Jared-Syn. Para ajudar a moça a vingar a morte do pai, Dogen tenta descobrir onde fica o esconderijo do vilão, conhecido como "Cidade Perdida". O único que sabe o caminho é Rhodes, um antigo parceiro do herói.


É interessante salientar que Charles Band foi também um dos responsáveis pelo renascimento do 3D no cinemão hollywoodiano da década de 80, graças ao sucesso de obras de baixo orçamento como “Parasite”. Com “Metalstorm”, ele idealizou uma trilogia épica de ficção científica, em 3D, com uma melhor distribuição, torrando toda a grana que ele havia conquistado em sua carreira, quase três milhões de dólares, dinheiro de pinga pra George Lucas, porém, praticamente um Fort Knox pra ele. No roteiro, utilizou referências a “Mad Max” e “Star Wars”, com vilões que pareciam saídos dos tokusatsus que passavam na TV Manchete. Na época em que aluguei em VHS, achei que tivesse alguma ligação real com os responsáveis por Jaspion e Changeman, já que foi lançada pela “Everest Vídeo”, a mesma que era responsável pelas fitas dos heróis japoneses no Brasil.

O filme foi um fracasso retumbante, o vilão que, apesar do título original afirmar ser destruído, consegue fugir ao final, segue desaparecido num limbo das sequências que nunca foram feitas. Todos os planos ambiciosos de merchandising envolvendo várias mídias, como expansões nos quadrinhos e uma linha de bonecos, acabaram nunca saindo do papel. Mas o que realmente importa é que a bela Kelly Preston, a deusa que mexeu com a cabeça de todos os adolescentes da década de oitenta, graças aos excelentes serviços prestados em “A Primeira Transa de Jonathan” e “Admiradora Secreta”, protagoniza o projeto. Só esse detalhe já valia o preço da locação da fita. O herói vivido por Jeffrey Byron, um cara especialista na arte de arregalar os olhos como forma de disfarçar a total ausência de carisma, consegue ser pior ator que o Mark Hamill. 

Esse fracasso, no entanto, fez com que o diretor jogasse a culpa na distribuição e criasse sua própria produtora, a “Empire Pictures”, que lançou, anos depois, filmes importantes no gênero do terror, como: “Re-Animator” e “Do Além”. Nada é por acaso. 

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