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Em tempos de celebração mundial do novo “Star Wars”, eu acho válido resgatar um primo pobre que tentou capitalizar em cima do sucesso de George Lucas, a mente pensante por trás da produtora Full Moon, o diretor Charles Band, o homem por trás de guilty pleasures como: “Puppet Master” e “Trancers”.
Metalstorm (Metalstorm: The Destruction of Jared-Syn – 1983)
Numa distante galáxia, o herói Dogen resgata a bela Dhyana
depois que o pai dela é assassinado por um renegado malvado chamado Jared-Syn. Para
ajudar a moça a vingar a morte do pai, Dogen tenta descobrir onde fica o
esconderijo do vilão, conhecido como "Cidade Perdida". O único que
sabe o caminho é Rhodes, um antigo parceiro do herói.
É interessante salientar que Charles Band foi também um dos responsáveis pelo renascimento
do 3D no cinemão hollywoodiano da década de 80, graças ao sucesso de obras de
baixo orçamento como “Parasite”. Com “Metalstorm”, ele idealizou uma trilogia épica
de ficção científica, em 3D, com uma melhor distribuição, torrando toda a grana
que ele havia conquistado em sua carreira, quase três milhões de dólares, dinheiro
de pinga pra George Lucas, porém, praticamente um Fort Knox pra ele. No
roteiro, utilizou referências a “Mad Max” e “Star Wars”, com vilões que
pareciam saídos dos tokusatsus que passavam na TV Manchete. Na época em que
aluguei em VHS, achei que tivesse alguma ligação real com os responsáveis por
Jaspion e Changeman, já que foi lançada pela “Everest Vídeo”, a mesma que era responsável
pelas fitas dos heróis japoneses no Brasil.
O filme foi um fracasso retumbante, o vilão que, apesar do
título original afirmar ser destruído, consegue fugir ao final, segue
desaparecido num limbo das sequências que nunca foram feitas. Todos os planos
ambiciosos de merchandising envolvendo várias mídias, como expansões nos
quadrinhos e uma linha de bonecos, acabaram nunca saindo do papel. Mas o que
realmente importa é que a bela Kelly Preston, a deusa que mexeu com a cabeça de
todos os adolescentes da década de oitenta, graças aos excelentes serviços
prestados em “A Primeira Transa de Jonathan” e “Admiradora Secreta”, protagoniza
o projeto. Só esse detalhe já valia o preço da locação da fita. O herói vivido
por Jeffrey Byron, um cara especialista na arte de arregalar os olhos como forma
de disfarçar a total ausência de carisma, consegue ser pior ator que o Mark
Hamill.
Esse fracasso, no entanto, fez com que o diretor jogasse a culpa na
distribuição e criasse sua própria produtora, a “Empire Pictures”, que lançou,
anos depois, filmes importantes no gênero do terror, como: “Re-Animator” e “Do
Além”. Nada é por acaso.
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