Ricki and The Flash - De Volta pra Casa (Ricki and The Flash - 2015)
A roteirista Diablo Cody mostrou potencial em sua estreia,
com o ótimo “Juno”, porém, parece que foi propaganda enganosa. Após tentativas
tímidas, ela retorna com essa bobagem bem-intencionada, que nem mesmo a direção
segura de Jonathan Demme consegue salvar.
Meryl Streep, que brilhou em “Mamma Mia”, provando tremenda versatilidade,
dessa vez, novamente na área musical, é prejudicada por um personagem escrito
sem qualquer traço de organicidade em suas motivações, um problema grave nas
cenas de conflito familiar, quando contracena com sua filha na vida real, a
competente Mamie Gummer. Kevin Kline e Audra McDonald, incrivelmente
estereotipados, parecem trabalhar com o esboço de um rascunho, vergonhosamente
esquecidos em cena.
A estrutura do segundo ato, com canções em excesso, quase sempre executadas na
íntegra, ainda que filmadas com muita personalidade, não ajudam a avançar a
narrativa, servindo apenas para quebrar ainda mais o pouco ritmo conquistado no
superior primeiro ato. A previsibilidade das situações é quase amadorística,
falta tato e sensibilidade, o que minimiza o impacto pretendido no desfecho.
Fica a sensação clara de que o projeto é apenas um veículo para a protagonista
brincar de exercitar seu talento como cantora, quando, com a inserção de algumas
sequências mais intimistas, conhecendo o talento da roteirista na elaboração de
bons diálogos, poderia ser um fantástico tratado sobre o ressentimento de uma
mãe, que, na busca de seus sonhos profissionais, percebe as consequências
devastadoras do afastamento de seus filhos.
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