Links para os textos anteriores:
Introdução, "Arrebentando em Nova York" e "O
Dragão Chinês":
"Os 5 Venenos de Shaolin" e "Billy Jack":
"The Street Fighter" e "Operação Invasão":
Cinco Dedos de Violência (Tian xia di yi quan – 1972)
Ji Hao (Lo Lieh) é um jovem hábil nas artes marciais que foi enviado por seu mestre para treinar com um mestre
ainda mais poderoso. Ji deve ser preparado pra usar a incomparável técnica dos
"punhos de aço", e assim vencer uma importante competição de artes
marciais.
Dirigido por Chang-hwa Jeong, esse foi o filme que chamou a
atenção do público americano para o gênero, antes de Bruce Lee torná-lo
universal. Eles não estavam acostumados com esse nível de “gore” e brutalidade
nas lutas corpo a corpo, que normalmente seguiam fórmulas adotadas por todos os
dublês, com poucas variações. E é justo afirmar que o carisma do protagonista
Lo Lieh (uma espécie de James Stewart, com talento para ser a personificação do
homem comum) teve mérito.
Não há nada de especial na trama, sequer nos movimentos pouco
fluidos (já que não havia coreógrafos profissionais disponíveis, todos estavam
trabalhando em outras produções), que iriam evoluir nos anos seguintes, mas é
difícil não se lembrar das mãos vermelhas que simbolizam a elevada técnica
alcançada, assim como a marcante trilha sonora, composta por Quincy Jones
originalmente para a série “Têmpera de Aço”, que emoldura os momentos em que
ela é utilizada (Tarantino viria a homenageá-la em seu “Kill Bill”). Desde o
ótimo “Vingança”, dirigido por Chang Cheh dois anos antes, os estúdios buscavam
trazer os temas para um cenário moderno, substituindo os duelos de espadas por
facas e tiroteio. Foi com esse interesse que o estúdio abordou o diretor, que
inicialmente não gostou do roteiro. Ele também se recusou a utilizar cabos nas
lutas, por considerar que elas embelezavam os movimentos, mas destruíam a
naturalidade dos mesmos. A solução que encontrou foi utilizar trampolins, algo
que se tornaria comum nas obras seguintes, assim como o talco espalhado no
chão, para que simulasse poeira, tornando as quedas ainda mais eficientes.
Seu sucesso estrondoso nas bilheterias estrangeiras mostrou
que havia um público para essas produções, abrindo espaço para a “Kung-Fu Mania”
que tomou o mundo de assalto no início da década de setenta. Foi,
definitivamente, a obra que colocou os estúdios “Shaw Brothers” no mapa
internacional.
Marcado Para a Morte (Marked for Death – 1990)
Tendo acabado de se aposentar da Agência de Controle de
Narcóticos, John Hatcher (Steven Seagal) volta à sua cidade natal e rapidamente
descobre que as drogas se infiltraram em sua velha vizinhança. Determinado a
expulsar os traficantes, Hatcher cruza o caminho de um feroz contrabandista de
drogas jamaicano com poderes mágicos.
Esse é o único filme estrelado por Steven Seagal que irá
constar nesse especial, exatamente por ser aquele que eu considero o melhor em
sua fraca filmografia, ou algo como o “menos pior”, que ainda consegue entreter
em sua mediocridade. Aqui ele exibe plenamente sua habilidade no Aikido, algo
cada vez mais raro em suas últimas produções. A boa direção de Dwight H.
Little, que viria a comandar episódios das celebradas séries “24 Horas” e “Prison
Break”, somada a um vilão exótico com um toque sobrenatural, ajudam a disfarçar
o carisma nulo do protagonista. Diferente dos seus filmes anteriores, nesse
temos uma postura mais crua, realista, demonstrada já primeiras cenas, onde somos
presenteados até com nudez gratuita, ainda que essa sequência inicial não tenha
nenhuma ligação com o restante do filme. Mas isso pouco importa, quando temos
um excelente duelo de espadas ao final, conduzindo para uma das mortes mais
brutais captadas no gênero em sua época, o que é dizer muito, quando pensamos
que era algo natural o vilão acabar sendo jogado num moedor de carne.
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