quinta-feira, 8 de maio de 2014

Kung-Fu Fighting - "Cinco Dedos de Violência" e "Marcado Para a Morte"

Links para os textos anteriores:
Introdução, "Arrebentando em Nova York" e "O Dragão Chinês":
"Os 5 Venenos de Shaolin" e "Billy Jack":
"The Street Fighter" e "Operação Invasão":




Cinco Dedos de Violência (Tian xia di yi quan – 1972)
Ji Hao (Lo Lieh) é um jovem hábil nas artes marciais que foi enviado por seu mestre para treinar com um mestre ainda mais poderoso. Ji deve ser preparado pra usar a incomparável técnica dos "punhos de aço", e assim vencer uma importante competição de artes marciais.


Dirigido por Chang-hwa Jeong, esse foi o filme que chamou a atenção do público americano para o gênero, antes de Bruce Lee torná-lo universal. Eles não estavam acostumados com esse nível de “gore” e brutalidade nas lutas corpo a corpo, que normalmente seguiam fórmulas adotadas por todos os dublês, com poucas variações. E é justo afirmar que o carisma do protagonista Lo Lieh (uma espécie de James Stewart, com talento para ser a personificação do homem comum) teve mérito.

Não há nada de especial na trama, sequer nos movimentos pouco fluidos (já que não havia coreógrafos profissionais disponíveis, todos estavam trabalhando em outras produções), que iriam evoluir nos anos seguintes, mas é difícil não se lembrar das mãos vermelhas que simbolizam a elevada técnica alcançada, assim como a marcante trilha sonora, composta por Quincy Jones originalmente para a série “Têmpera de Aço”, que emoldura os momentos em que ela é utilizada (Tarantino viria a homenageá-la em seu “Kill Bill”). Desde o ótimo “Vingança”, dirigido por Chang Cheh dois anos antes, os estúdios buscavam trazer os temas para um cenário moderno, substituindo os duelos de espadas por facas e tiroteio. Foi com esse interesse que o estúdio abordou o diretor, que inicialmente não gostou do roteiro. Ele também se recusou a utilizar cabos nas lutas, por considerar que elas embelezavam os movimentos, mas destruíam a naturalidade dos mesmos. A solução que encontrou foi utilizar trampolins, algo que se tornaria comum nas obras seguintes, assim como o talco espalhado no chão, para que simulasse poeira, tornando as quedas ainda mais eficientes. 

Seu sucesso estrondoso nas bilheterias estrangeiras mostrou que havia um público para essas produções, abrindo espaço para a “Kung-Fu Mania” que tomou o mundo de assalto no início da década de setenta. Foi, definitivamente, a obra que colocou os estúdios “Shaw Brothers” no mapa internacional.



Marcado Para a Morte (Marked for Death – 1990)
Tendo acabado de se aposentar da Agência de Controle de Narcóticos, John Hatcher (Steven Seagal) volta à sua cidade natal e rapidamente descobre que as drogas se infiltraram em sua velha vizinhança. Determinado a expulsar os traficantes, Hatcher cruza o caminho de um feroz contrabandista de drogas jamaicano com poderes mágicos.


Esse é o único filme estrelado por Steven Seagal que irá constar nesse especial, exatamente por ser aquele que eu considero o melhor em sua fraca filmografia, ou algo como o “menos pior”, que ainda consegue entreter em sua mediocridade. Aqui ele exibe plenamente sua habilidade no Aikido, algo cada vez mais raro em suas últimas produções. A boa direção de Dwight H. Little, que viria a comandar episódios das celebradas séries “24 Horas” e “Prison Break”, somada a um vilão exótico com um toque sobrenatural, ajudam a disfarçar o carisma nulo do protagonista. Diferente dos seus filmes anteriores, nesse temos uma postura mais crua, realista, demonstrada já primeiras cenas, onde somos presenteados até com nudez gratuita, ainda que essa sequência inicial não tenha nenhuma ligação com o restante do filme. Mas isso pouco importa, quando temos um excelente duelo de espadas ao final, conduzindo para uma das mortes mais brutais captadas no gênero em sua época, o que é dizer muito, quando pensamos que era algo natural o vilão acabar sendo jogado num moedor de carne. 

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