Vampirella (1996)
Ah, doce Vampirella, uma das musas mais queridas da minha pré-adolescência, vivida no filme pela belíssima Talisa Soto, a Gal Gadot da década de 90, que eu já admirava como a Bond Girl de "007 - Permissão Para Matar", a Doña Julia de "Don Juan DeMarco" e a princesa ninja Kitana, de "Mortal Kombat". No roteiro, a primeira pessoa que ela salva é um jovem nerd de óculos que a leva para seu quarto cheio de cartazes de filmes na parede, com direito até a beijo na boca de despedida, sim, inegável, rolou uma forte identificação que me fez fazer vista grossa para todos os problemas desta produção de irrisório orçamento e muitos (d)efeitos especiais. Outro detalhe bacana que vale destacar é a ponta de luxo do carismático diretor John Landis, de "Um Lobisomem Americano em Londres", como um dos astronautas que encontram a jovem anti-heroína seminua em Marte. Houve uma tentativa da indústria de lançar a personagem no cinema na década de setenta, mas foi somente em meados da década de noventa, com ajuda do produtor Roger Corman, que "Vampirella" finalmente estreou na tela pequena, aproveitando o boom do mercado de home video. Levando em conta que a direção ficou sob responsabilidade do incompetente Jim Wynorski, de bombas como "Sorceress" e "Deathstalker 2", até que o produto final não é tão desastroso, cumpre bem sua função, auxiliado pela presença marcante de Roger Daltrey, vocalista da banda "The Who", exageradíssimo como o vilão Vlad.
Recomendação literária: A editora Mythos lançou a melhor fase da personagem criada por Forrest J. Ackerman e Trina Robbins no belo encadernado de luxo, capa dura: "Vampirella - Grandes Clássicos". Histórias trabalhadas por Archie Goodwin, T. Casey Brennan, Budd Lewis e Steve
Englehart, desenhadas no afrodisíaco traço de José González.
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O Monstro do Pântano (Swamp Thing - 1982)
Fora o fato de que a Adrienne Barbeau no filme está a cara da cantora Karen Carpenter, pouca coisa chamou minha atenção nesta revisão para o texto, eu lembrava que esta obra dirigida por Wes Craven era ruim, mas a experiência desta vez superou os limites do tédio. É impressionante imaginar que este mesmo profissional iria realizar dois anos depois a obra-prima do terror: "A Hora do Pesadelo". Quem não conhece o personagem nos quadrinhos e vai buscar direto na fonte do cinema, vai tomar raiva e acreditar que o conceito é tonto, tolo e risível, muito longe da realidade filosoficamente profunda trabalhada especialmente no longo arco escrito por Alan Moore. A trama básica segue com relativa fidelidade a origem do monstro, o cientista Alec Holland (Ray Wise) fica preso em uma armadilha explosiva em seu laboratório, quando tentam
roubar sua fórmula. O seu corpo flamejante cai no pântano e renasce como uma criatura híbrida. Vale destacar que a subtrama romântica com viés de "A Bela e a Fera" foi criação do roteiro, algo que seria depois utilizado com excelência no arco dos quadrinhos já citado. O vilão Arcane, vivido pelo veterano Louis Jordan, pagando as contas do mês, traz charme, mas não o suficiente para que não nos incomodemos com a representação física do protagonista verde, provavelmente o cosplay mais horroroso da história do cinema trash, consegue ser pior que o clássico da Troma: "O Vingador Tóxico". Veja como curiosidade, caso tenha duas horas para desperdiçar.
Recomendação literária: A editora Panini lançou a magnífica "Saga do Monstro do Pântano", escrita por Alan Moore, em seis encadernados. É material adulto de altíssima qualidade, imprescindível na coleção de todo fã de quadrinhos.
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