Link para os textos do especial:
Agente do governo é enviado a Europa e ao norte da África,
para recuperar tesouro escondido pelos nazistas durante a Segunda Guerra
Mundial, ele e suas três auxiliares terão que enfrentar bandidos mercenários e
cumprir a missão.
Com o justo reconhecimento que terá na próxima premiação da
Academia, Jackie Chan provavelmente será celebrado pelos críticos que
usualmente torcem o nariz pra filmes de artes marciais. Eu sou um fervoroso apreciador
do gênero, comecei esse especial em 2013 exatamente com um dos projetos mais
conhecidos do ator, “Rumble in the Bronx”, e pretendo abordar diversos
trabalhos dele das décadas de setenta e oitenta. Quando penso em “Um Kickboxer
Muito Louco”, dirigido pelo próprio Jackie, a nostalgia me conduz às sessões
televisivas frequentes no SBT, o dominical “Sessão das Dez” e o vespertino “Cinema
em Casa”, com a dublagem impecável do Carlos Takeshi, eterno “Jaspion”, símbolo
da minha infância.
A sequência inicial já dá o tom de perfeito equilíbrio entre
ação e humor, o aventureiro caçador de tesouros se surpreende com a
generosidade dos membros da tribo selvagem, que parecem incentivar o roubo de
suas pedras preciosas, até que o pobre rapaz decide matar a sede com a água
sagrada do povo. Qual o castigo? A morte? Não, o casamento com a índia mais
feia do local. O resultado? O herói desce uma montanha íngreme dentro de uma
bola inflável, um momento que me remete à clássica corrida de Buster Keaton em “Seven
Chances”. Apenas cinco minutos são suficientes para que o protagonista conquiste
a empatia do espectador. É uma espécie de refilmagem superior de “Armour of God”, de
1986, que é mais lembrado como sendo o filme que quase matou o astro, em uma
cena que o fez despencar do alto de uma árvore, direto para a ambulância, o que
resultou em uma complicada cirurgia cerebral.
Misturando Indiana Jones e James
Bond, o roteiro cria oportunidades incríveis para sequências inacreditáveis,
como aquela em que Jackie, numa motocicleta, foge de seis carros pelas estreitas
ruas da Espanha, com direito a salvamento de bebê, peripécia que contou com a
ajuda da equipe de dublês de Rémy Julienne, responsável por alguns dos melhores
momentos na franquia do agente secreto britânico. O senso de ritmo que evidencia
a segurança do diretor, aliado ao carisma do mesmo diante da câmera, garante ao
filme um charme irresistível. A presença da bela Carol Cheng, vivendo a ajudante
desastrada, ajuda bastante, entregando situações que parecem saídas das fitas
dos Três Patetas. A cena mais lembrada é a do voo no túnel de vento, que
permite ao ator uma exibição acrobática espetacular, explorando várias
possibilidades cômicas.
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