quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Kung-Fu Fighting - "Operação Condor - Um Kickboxer Muito Louco"

Link para os textos do especial:


Operação Condor – Um Kickboxer Muito Louco (Fei ying gai wak – 1991)
Agente do governo é enviado a Europa e ao norte da África, para recuperar tesouro escondido pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, ele e suas três auxiliares terão que enfrentar bandidos mercenários e cumprir a missão.

Com o justo reconhecimento que terá na próxima premiação da Academia, Jackie Chan provavelmente será celebrado pelos críticos que usualmente torcem o nariz pra filmes de artes marciais. Eu sou um fervoroso apreciador do gênero, comecei esse especial em 2013 exatamente com um dos projetos mais conhecidos do ator, “Rumble in the Bronx”, e pretendo abordar diversos trabalhos dele das décadas de setenta e oitenta. Quando penso em “Um Kickboxer Muito Louco”, dirigido pelo próprio Jackie, a nostalgia me conduz às sessões televisivas frequentes no SBT, o dominical “Sessão das Dez” e o vespertino “Cinema em Casa”, com a dublagem impecável do Carlos Takeshi, eterno “Jaspion”, símbolo da minha infância. 

A sequência inicial já dá o tom de perfeito equilíbrio entre ação e humor, o aventureiro caçador de tesouros se surpreende com a generosidade dos membros da tribo selvagem, que parecem incentivar o roubo de suas pedras preciosas, até que o pobre rapaz decide matar a sede com a água sagrada do povo. Qual o castigo? A morte? Não, o casamento com a índia mais feia do local. O resultado? O herói desce uma montanha íngreme dentro de uma bola inflável, um momento que me remete à clássica corrida de Buster Keaton em “Seven Chances”. Apenas cinco minutos são suficientes para que o protagonista conquiste a empatia do espectador. É uma espécie de refilmagem superior de “Armour of God”, de 1986, que é mais lembrado como sendo o filme que quase matou o astro, em uma cena que o fez despencar do alto de uma árvore, direto para a ambulância, o que resultou em uma complicada cirurgia cerebral. 

Misturando Indiana Jones e James Bond, o roteiro cria oportunidades incríveis para sequências inacreditáveis, como aquela em que Jackie, numa motocicleta, foge de seis carros pelas estreitas ruas da Espanha, com direito a salvamento de bebê, peripécia que contou com a ajuda da equipe de dublês de Rémy Julienne, responsável por alguns dos melhores momentos na franquia do agente secreto britânico. O senso de ritmo que evidencia a segurança do diretor, aliado ao carisma do mesmo diante da câmera, garante ao filme um charme irresistível. A presença da bela Carol Cheng, vivendo a ajudante desastrada, ajuda bastante, entregando situações que parecem saídas das fitas dos Três Patetas. A cena mais lembrada é a do voo no túnel de vento, que permite ao ator uma exibição acrobática espetacular, explorando várias possibilidades cômicas. 

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