Louis Jourdan vive Stephan Brand, que no passado havia sido um pianista renomado e muito respeitado na Viena de 1890. Após se envolver com uma mulher casada, tenta fugir da cidade e evitar o marido traído que o havia desafiado para um duelo. Porém antes de realizar seu intento, recebe de seu empregado uma carta que havia acabado de chegar. A carta fora escrita por uma jovem chamada Lisa (Joan Fontaine), de quem ele não guarda nenhuma lembrança. O seu relato provoca a chocante revelação de fatos que até então lhe eram desconhecidos e que terão graves consequências sobre seu destino.
O diretor cria uma obra romântica ao som de Liszt, Mozart e Wagner, tão sensível que consegue deixar ao final um sentimento de melancolia no público, tão grande quanto o de seu trágico protagonista. Ele pinta para nós em flashback o retrato perfeito daquela jovem apaixonada, que via em Brand o seu amor inalcançável. Sua admiração pelo fato dele ser um pianista famoso e requisitado, o encanto que a sua música provocava naquela jovem humilde que ele sequer sabia o nome. A beleza da fotografia do ótimo Franz Planer demonstra que o puro brilhantismo se encontra nas sutilezas, nas sombras bem colocadas. Com o posicionamento de câmera perfeito de Ophüls, criam cenas que são verdadeiras pinturas emolduradas.
A história simples e a maneira genial como é contada são os motivos que fazem de “Carta de uma Desconhecida” o meu filme favorito do diretor alemão. Inexplicavelmente uma obra ainda pouco conhecida do grande público, mas que apaixona a todos que se dedicam a conhecê-la. Poucos filmes conseguiram ser tão sensíveis quanto este belo trabalho do cineasta alemão Max Ophüls.
Nenhum comentário:
Postar um comentário