As Façanhas de Hércules (Le Fatiche di Ercole – 1958)
Hércules, o semideus da mitologia greco-romana, protagonizou
o primeiro filme de super-heróis da história do cinema. Personagens com poderes
especiais já haviam tido espaço generoso nos seriados das matinês, nas tiras de
jornais, mas o italiano “As Façanhas de Hércules”, dirigido por Pietro
Francisci, foi o primeiro projeto para cinema dedicado ao tema.
O fisiculturista Steve Reeves, ídolo de Sylvester Stallone,
Arnold Schwarzenegger, Lou Ferrigno e Gordon Scott, entre outros, apesar de sua
incrível incompetência como ator, salvou a indústria cinematográfica de seu
país ao inaugurar o subgênero Peplum, termo utilizado para as túnicas da Grécia
antiga, aproveitando o interesse mundial despertado por filmes estrangeiros
como “Quo Vadis”, “O Manto Sagrado”, “Spartacus” e “Os Dez Mandamentos”. A
primeira diferença gritante, o orçamento era dinheiro de pinga, os produtores
reutilizavam cenários e figurinos das produções norte-americanas que eram
filmadas lá, abusando do erotismo e compensando os roteiros problemáticos com a
elegância criativa da fotografia de mestres como Mario Bava, que se tornaria um
dos diretores mais respeitados, o pai do Giallo.
O sucesso de público atravessou fronteiras, com a ajuda do
produtor Joseph Levine, que apostou na obra e a distribuiu no mercado norte-americano,
estimulando a produção de vários projetos similares, quase todos medíocres, criando
uma onda de interesse mundial por fisiculturismo, até que o fracasso retumbante
de “Cleópatra” e “A Queda do Império Romano”, em meados dos anos sessenta,
colocou um ponto final no gênero. Os italianos reviveram a época áurea anos
depois, subvertendo a figura mítica do cowboy em seus Spaghetti Westerns.
Nenhum comentário:
Postar um comentário