sexta-feira, 5 de maio de 2017

"As Façanhas de Hércules", de Pietro Francisci


As Façanhas de Hércules (Le Fatiche di Ercole – 1958)
Hércules, o semideus da mitologia greco-romana, protagonizou o primeiro filme de super-heróis da história do cinema. Personagens com poderes especiais já haviam tido espaço generoso nos seriados das matinês, nas tiras de jornais, mas o italiano “As Façanhas de Hércules”, dirigido por Pietro Francisci, foi o primeiro projeto para cinema dedicado ao tema.

O fisiculturista Steve Reeves, ídolo de Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenegger, Lou Ferrigno e Gordon Scott, entre outros, apesar de sua incrível incompetência como ator, salvou a indústria cinematográfica de seu país ao inaugurar o subgênero Peplum, termo utilizado para as túnicas da Grécia antiga, aproveitando o interesse mundial despertado por filmes estrangeiros como “Quo Vadis”, “O Manto Sagrado”, “Spartacus” e “Os Dez Mandamentos”. A primeira diferença gritante, o orçamento era dinheiro de pinga, os produtores reutilizavam cenários e figurinos das produções norte-americanas que eram filmadas lá, abusando do erotismo e compensando os roteiros problemáticos com a elegância criativa da fotografia de mestres como Mario Bava, que se tornaria um dos diretores mais respeitados, o pai do Giallo.

O sucesso de público atravessou fronteiras, com a ajuda do produtor Joseph Levine, que apostou na obra e a distribuiu no mercado norte-americano, estimulando a produção de vários projetos similares, quase todos medíocres, criando uma onda de interesse mundial por fisiculturismo, até que o fracasso retumbante de “Cleópatra” e “A Queda do Império Romano”, em meados dos anos sessenta, colocou um ponto final no gênero. Os italianos reviveram a época áurea anos depois, subvertendo a figura mítica do cowboy em seus Spaghetti Westerns.

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